sábado, 2 de junho de 2012


Meu lugar
é em lugar algum
Não caibo nos espaços
nem navego no fluxo
Visto tamanho único
Mimetiso
Aspiro fumaça
sem tragar
desisto sem respirar
Camadas de polimento
escondem minha cor
Sorvo ácido e veneno
cruzo as pernas delicadamente
Curvo-me

Ando sem vida
falo sem ser percebida
circulo pela cidade
alta - baixa
Meus pecados
contei-os todos
ao padre
ou à terapeuta
não lembro qual.

Rasgo as vestes
mas sempre sobra
um trapo de culpa.


Deisi Perin

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