Praça Generoso Marques
domingo, 30 de outubro de 2011
Multiplural etnica e cultural anarquia
Babel de vozes que só se espelham no verde oliva dos uniformes
Laica e secular a olhar por sobre o Muro das Lamentações aos religiosos
de ossos de aço e ocos corações que modelam no barro os Golens
que perambulam nos sábados a assassinar os sonhos
vestidos de verde oliva e do vinho da vida de estranhos
estrangeiros. Religiosos envenenando a verdade nas suas
orações de ódio e rancor. Cacofonia de angústias, medos
e ódios aos gritos saltando dos olhos para as mãos
Israel minúscula nau dos insensatos a agarrarem no humor
a bóia da lucides com as pernas em sangue a atiçar os tubarões.
Oh Isra'El da estrela de Davi estilhaçada, não pise em seus cacos.
Rostos da diáspora de tantos sabores e olores, dores
e alegrias desesperadas à procurar tateando na diversidade,
no estranhamento a alteridade imperscrutável da unidade espinhosa.
A qual cobra o sangue e o sal de Israel. O sangue denso e doce de seus filhos.
Oh Israel, você se encontrará novamente? Caminhos estreitos no Oásis.
O humanismo judaico estará em extinção em Israel ?
O Guardião de D'us (Isra'El) ouvirá a D'us antes de ouvir a espada?
Shalom.
Wilson Roberto Nogueira
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
terça-feira, 25 de outubro de 2011
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
DAI A DALTON O QUE É DE JÉRSON, E A TREVISAN, O QUE VEIO DE IVAN
Que vampiro? Gênio aonde?
Vai seguindo sempre em busca
dum estilo que se esconde
numa angústia tão patusca
que nem chega a ser de velho:
um fraquinho autoevangelho.
Sabe apenas pôr o dedo
na ferida se é a alheia:
provavelmente isso é medo
de pulsar a própria veia,
que mete nesse inseguro
pavor do claro e do escuro.
Mas não rimarei com dalton
nenhuma rima biônica.
Faço rimas só pros nêutrons
da prosa dele chatônica:
nem mil anos na salmoura
nem biotônico fontoura
não elevarão o status
deste literato cactus,
pois a lei de Jérson é
diminuir o cacife
pra ver se ainda para em pé
o seu conto de patife.
Assim prestei homenagem
a este Jérson Trevisan,
dos Daltons tem bandidagem,
muita prosa e pouco elã.
E o polaco que me aguente
pois ponho um pingo num i:
ninguém xinga impunemente
Emiliano e Kolody.
Ivan Justen
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Receita de Bomba Caseira
basta juntar 2
motivos que se excluem
(mesmo um único
ingrediente:
esquizo
frê
mito)
basta deixá-los se amando
na folha, como briga
ou lar(galos aurorescentes
ao mesmo tempo
sobre o giz da rinha).
deixa-os
se fundirem no ataque
e olha.
não desperdices teus olhos
2.
não há de durar muito.
a coisa toda (de opostos)
explode
no ar no teu rosto:
PÁSSARO
(sempre em suma
antes que suma
da vista
o arame das palavras
e a harmonia)
estrepitosamente aberto
na altura do peito, feito
um jornal de impossíveis
Rodrigo Madeira
sábado, 15 de outubro de 2011
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Aquariano, apreciador de majestosas epopéias. Uma certa criatura prática que se desnuda em prol da graciosidade de qualquer Lolita púbere... Maldito seja o cavaleiro de parecer pérfido que me arruína a alma por este instante, fazendo-me escrever disparates de irrelevante azo. Eu deveria agourar este aleivoso matrimônio com minha competência e astúcia de ninfeta perversa, mas este quisto senhor talvez não tenha mérito para ter meu corpo e muito menos meu coração... Meu coração... este sim necessita ter mais cautela... Escrevo e escrevo, um pouco em vão, estas deveriam ser palavras em cartas manuscritas, onde o pressionar da tinta despeja o teor veemente sentimental. Perdoe-me por qualquer impropério, mas ainda vaga em meu corpo, em pensamento, a tua face... teu beijo... tuas mãos... e teu falo, abarrotado de masculinidade como criatura provedora.
Um suspiro forte.... profundo... uma intensa excitação me consome o corpo todo neste momento... e em outros que ainda virão enquanto você não me consome por inteira... enquanto não pressiona intimamente meu corpo no seu...
Como fizeste bem a sua mão acariciando meus seios e me fazendo abrir a boca de desejo imediatamente, desejo de encostar a língua em teu corpo, de beija-lo impetuosamente... de ficar nua... de mostrar a minha pele... de lhe entregar meu corpo de menina com curvas perfeitas para o deleito de seus olhos... de me colocar em seu colo e enfim... ser completamente tua...
Almejo respostas válidas para minha pele ou para o meu coração... Sinto-me agora arrebatada, (apaixonada?) e talvez, meu lord, isso passe em breve, ou custe a passar...
Um beijo em seu coração.
De sua menina
Lailana Krinski
Lailana Krinski
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Esconderam
esconderam o som
e a árvore atrás de um cartaz esconderam
os corvos de van gogh na morte da arte
esconderam os sacos de pipoca amarelo
e colocaram as pipocas todas
para flutuar em um lago sujo
tão sujo que
seu reflexo morria
antes de atingir o céu
o arco do céu era exatamente como a tampade coca cola
os motores pariam
uma ejaculação como o palanque do presidente
notas de dólares já não valem nada
taparam o sol eterno sol com suas milhares de explosões
que um dia engolirá o universo com uma foto meio sépia esverdeada
de abraham lincoln
(& eu não sei quem foi abraham lincoln para
estampar uma nota de dinheiro se temos a possibilidade de olhar toda a história da arte do passado & escolher as mais belas figuras)
eu colocaria macunaíma na nota de dez reais
allen ginsberg já colocou alguém no parlamento ou
alguma imagem nas notas de dinheiro
eu quero colocar minha mãe na nota mais valiosa
pelo simples fato dela cultivar tão belamente suas orquídeas
que tenho certeza que nenhum herói ou papagaio
seria capaz de fazer o mesmo
mas isso porque esconderam os animais
e proibiram o circo e as mulheres barbadas
então tudo agora desfila na bela rua da democracia
com gays vegetarianos anarquistas punks & operários
todo mundo fala alguma coisa em direito de falar outra coisa
mas esconderam a voz em algum lugar
esconderam a voz na música de comercial
esconderam a fotografia em que todos pareciam felizes
agora todos parecem vestidos em jeans eróticos
com imensos pênis impossíveis de penetrar um cu
& mulheres com tantos litros de silicone
que fazem inveja aos seios de verdade
esconderam a bunda de verdade
colocaram uma bunda falsa no lugar da bunda de verdade
só existem agora bundas falsas
& investidores da bolsa querendo
mulheres & homens com bundas falsas
agora, para mim,
O mundo parece uma bunda falsa
caminhando em direção à vitrine de liquidação mundial
esconderam os preços atrás
da casca das frutas
vigiaram o nível de água das correntezas
& prenderam a mulher do índio num
programa de alfabetização do governo federal
esconderam tudo: a aldeia a canoa a mandioca
o descascador de abacates
o pênis do menino indígena
esconderam a montanha na qual sopravam flautas
& vertiam o sangue de um animal
em homenagem às suas vidas
fizeram isso & fizeram uma proganda de cerveja
colocaram mais silicone
até letras tem silicone
escorre silicone pelas letras
porque esconderam o sentido das palavras
e precisaram de borracha pra chamar a atenção
esconderam alguma coisa sobre o que acontecia no universo
os astronautas falam muito pouco
todos sabem que a terra é azul que
ela gira tem tantos tantos e tantos tantos
de coisas assim conhecidas desde a primeira enciclopédia
e a ciência não avançou um terço na explicação do mundo
exceto na fabricação de celulares
e esconderam as cartas longas e longas declarações de amor
por cartas fúnebres de telemensagens
& gente idiota falando de coisa alguma
no fumódromo de alguma boate
esconderam a poesia em algum canto sórdido de disciplina
fizeram bombas mais reais &
esconderam o efeito em algum acordo de bunda de silicone
os jovens desejam ganhar mais dinheiro
querem fama sucesso um carro novo um emprego uma namorada
um casamento com direito à embriaguez pelo menos uma vez na vida
uma apólice de seguro que ateste que ele não morrerá de alguma doença desconhecida
ou despedaçado como um bife na batida de um carro
os jovens querem tudo o que o dinheiro pode esconder
mas esconderam o dinheiro
esconderam tudo
para que alguém encontrasse
e fizesse um poema
Augusto Meneghin
e a árvore atrás de um cartaz esconderam
os corvos de van gogh na morte da arte
esconderam os sacos de pipoca amarelo
e colocaram as pipocas todas
para flutuar em um lago sujo
tão sujo que
seu reflexo morria
antes de atingir o céu
o arco do céu era exatamente como a tampade coca cola
os motores pariam
uma ejaculação como o palanque do presidente
notas de dólares já não valem nada
taparam o sol eterno sol com suas milhares de explosões
que um dia engolirá o universo com uma foto meio sépia esverdeada
de abraham lincoln
(& eu não sei quem foi abraham lincoln para
estampar uma nota de dinheiro se temos a possibilidade de olhar toda a história da arte do passado & escolher as mais belas figuras)
eu colocaria macunaíma na nota de dez reais
allen ginsberg já colocou alguém no parlamento ou
alguma imagem nas notas de dinheiro
eu quero colocar minha mãe na nota mais valiosa
pelo simples fato dela cultivar tão belamente suas orquídeas
que tenho certeza que nenhum herói ou papagaio
seria capaz de fazer o mesmo
mas isso porque esconderam os animais
e proibiram o circo e as mulheres barbadas
então tudo agora desfila na bela rua da democracia
com gays vegetarianos anarquistas punks & operários
todo mundo fala alguma coisa em direito de falar outra coisa
mas esconderam a voz em algum lugar
esconderam a voz na música de comercial
esconderam a fotografia em que todos pareciam felizes
agora todos parecem vestidos em jeans eróticos
com imensos pênis impossíveis de penetrar um cu
& mulheres com tantos litros de silicone
que fazem inveja aos seios de verdade
esconderam a bunda de verdade
colocaram uma bunda falsa no lugar da bunda de verdade
só existem agora bundas falsas
& investidores da bolsa querendo
mulheres & homens com bundas falsas
agora, para mim,
O mundo parece uma bunda falsa
caminhando em direção à vitrine de liquidação mundial
esconderam os preços atrás
da casca das frutas
vigiaram o nível de água das correntezas
& prenderam a mulher do índio num
programa de alfabetização do governo federal
esconderam tudo: a aldeia a canoa a mandioca
o descascador de abacates
o pênis do menino indígena
esconderam a montanha na qual sopravam flautas
& vertiam o sangue de um animal
em homenagem às suas vidas
fizeram isso & fizeram uma proganda de cerveja
colocaram mais silicone
até letras tem silicone
escorre silicone pelas letras
porque esconderam o sentido das palavras
e precisaram de borracha pra chamar a atenção
esconderam alguma coisa sobre o que acontecia no universo
os astronautas falam muito pouco
todos sabem que a terra é azul que
ela gira tem tantos tantos e tantos tantos
de coisas assim conhecidas desde a primeira enciclopédia
e a ciência não avançou um terço na explicação do mundo
exceto na fabricação de celulares
e esconderam as cartas longas e longas declarações de amor
por cartas fúnebres de telemensagens
& gente idiota falando de coisa alguma
no fumódromo de alguma boate
esconderam a poesia em algum canto sórdido de disciplina
fizeram bombas mais reais &
esconderam o efeito em algum acordo de bunda de silicone
os jovens desejam ganhar mais dinheiro
querem fama sucesso um carro novo um emprego uma namorada
um casamento com direito à embriaguez pelo menos uma vez na vida
uma apólice de seguro que ateste que ele não morrerá de alguma doença desconhecida
ou despedaçado como um bife na batida de um carro
os jovens querem tudo o que o dinheiro pode esconder
mas esconderam o dinheiro
esconderam tudo
para que alguém encontrasse
e fizesse um poema
Augusto Meneghin
domingo, 2 de outubro de 2011
uma igrejinha
nada é mais patético e belo
e difícil
que a igrejinha abandonada:
o capim no altar, as goteiras
a infiltração das estrelas
e as velas gastas
como pequenos pilares
do escuro.
nunca vi
uma igrejinha baldia
mas
se agora a vejo
(as lembranças tomadas de mato
e uma única açucena)
algo em mim que remontasse
campeia por dentro
monta ali acampamento
ou indigência
e me lembro
da poesia,
do amor que não se lembra
Rodrigo Madeira
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