sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
LIQUIDEZ DA PALAVRA MIGA
ELÉTRONS
NA DANÇA INQUIETA
DO ESPAÇO
ALTERAM
A SUBSTÂNCIA
ENCANTADA
DO SUBSTANTIVO
AMIGA
ÁTOMOS
DE ARESTAS IMPRECISAS
PROCURAM
ESSÊNCIA DE HUMUS
NOS PLEXOS
HUMANOS
DA PALAVRA
M I G A
DESATINO
DE PARTÍCULAS
DECANTAM
ANEXOS DE VIDA
NAS MARGENS
ÁRIDAS
DA PALAVRA
INIMIGA
NO CENTRO E NOS
EXTREMOS
DA PRÓPRIA
LIRA
M I G A
NÂO SABE
SE RIMA MILAGRE
DE PRECES
OU APARECE NOVA
COMO PEDRA
LAVADA
NA CORRENTEZA
VIVA
QUE DIGAM EM VERDADE
- SÁBIOS E POETAS -
OU MESMO
DIGAM EM MENTIRA
NEUTRONS DE
TODOS OS DIAS
MIGA
PODE SER
AMIGA?
OU PODE VIRAR
INIMIGA?
IMPERMANENTE
IG
FLUINDO
NO CENTRO DO
ENIGMA
INSEPARÁVEIS
FOTONS
ILUMINANDO
CANTOS DE PREFIXOS
E OUTROS ANEXOS
QUE EM CASO DE
CIRCUNSTÂNCIA
IMPREVISTA
PELO SIM,
PELO NÃO,
PELO QUASE, PELO ENTANTO
SEJAM GUARDADOS
CONTORNOS DA PALAVRA
MIGA
ENQUANTO NAVEGO
ONDAS DE PESCA
OU DE PESQUISA
NO MIRANTE DOS
MARADIGMAS.
GLÓRIA KIRINUS
terça-feira, 27 de setembro de 2011
História da Fome
. primeiro sintoma
não ter fome de si:
início das ferragens monetárias
cobrindo o aposento dos olhos
recorrer às artes retinianas
discorrer longamente sobre um marxista não
traduzido do russo
desaprender pianos
colocar luz em quase todos os textos
desde a invenção do
D (origem na escrita hierática egípcia,
seu ancestral mais antigo recebeu o nome de deret (mão),
quando os fenícios o adotaram o mesmo passou a se chamar daleth (porta).)
é que a mão tornou-se uma porta
e porta sinônimo de burrice,
como dizem alguns
mais à frente
com o transcurso da consciência
e a introjeção dos conceitos puros
a fome
(como palavra)
enquadrou-se no biológico
a partir disso
a mão não leva o alimento à burrice
mas apenas
à boca
segundo sintoma
apagar a memória do universo com
o tempo presente
invocar a sordidez das citações
em bibliografias extensas
citar
reproduzir com a permissão do autor
conhecer a boca em silêncio
tirar xerox das mãos agradar
o olho e não o tato
com a invenção da roda
o homem achatou o pé
e viciou-se em coca-cola
o uísque só é servido aos pilotos de Hiroshima
.terceiro sintoma
acordar pela manhã
e não ter tesão pelo sexo
tomar banho
justificar as guerras
sofrer em silêncio pela
perda de si
quarto sintoma:
a pele não sofrerá
a pressão do cotidiano:
os punhos serão suaves
a inteligência prudente
a câmera digital baterá fotos em espelhos:
tomarás sua imagem como a essência do ser
mas isto é gravura
sintoma 5
prescrição de um médico escroto
olhar as fezes
recolher argumentos
ignorar a invenção da letra D
alimentar-se exclusivamente pela boca
dormir em paz e sem paixões loiras
evitar o sexo oral
investigar as questões teológicas
sufocar definitivamente os pássaros itinerantes
colecionar aviões metálicos
& jogar video-game
jogar video-game
os dedos conhecerão
silício
mas não a profundeza dos chips
saberão que verde
é uma cor
apenas isto
bastará ao espantalho do amor
sorrindo em sua altitude
de homem medíocre
Augusto Meneghin
não ter fome de si:
início das ferragens monetárias
cobrindo o aposento dos olhos
recorrer às artes retinianas
discorrer longamente sobre um marxista não
traduzido do russo
desaprender pianos
colocar luz em quase todos os textos
desde a invenção do
D (origem na escrita hierática egípcia,
seu ancestral mais antigo recebeu o nome de deret (mão),
quando os fenícios o adotaram o mesmo passou a se chamar daleth (porta).)
é que a mão tornou-se uma porta
e porta sinônimo de burrice,
como dizem alguns
mais à frente
com o transcurso da consciência
e a introjeção dos conceitos puros
a fome
(como palavra)
enquadrou-se no biológico
a partir disso
a mão não leva o alimento à burrice
mas apenas
à boca
segundo sintoma
apagar a memória do universo com
o tempo presente
invocar a sordidez das citações
em bibliografias extensas
citar
reproduzir com a permissão do autor
conhecer a boca em silêncio
tirar xerox das mãos agradar
o olho e não o tato
com a invenção da roda
o homem achatou o pé
e viciou-se em coca-cola
o uísque só é servido aos pilotos de Hiroshima
.terceiro sintoma
acordar pela manhã
e não ter tesão pelo sexo
tomar banho
justificar as guerras
sofrer em silêncio pela
perda de si
quarto sintoma:
a pele não sofrerá
a pressão do cotidiano:
os punhos serão suaves
a inteligência prudente
a câmera digital baterá fotos em espelhos:
tomarás sua imagem como a essência do ser
mas isto é gravura
sintoma 5
prescrição de um médico escroto
olhar as fezes
recolher argumentos
ignorar a invenção da letra D
alimentar-se exclusivamente pela boca
dormir em paz e sem paixões loiras
evitar o sexo oral
investigar as questões teológicas
sufocar definitivamente os pássaros itinerantes
colecionar aviões metálicos
& jogar video-game
jogar video-game
os dedos conhecerão
silício
mas não a profundeza dos chips
saberão que verde
é uma cor
apenas isto
bastará ao espantalho do amor
sorrindo em sua altitude
de homem medíocre
Augusto Meneghin
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
ZOZ
sempre fumando o primeiro
do último cigarro
rente à caravana dos sete
com uma luva chroma key
a lustrar o pó
das carcaças deterioradas
pelo sopro incansável
do universo
cineasta
uma forma inédita para o lavar de mãos
a carne gelada de um pentagrama
na face
a máscara do geômetra
e do ilusionista
tudo é aberração
cromática, sonora
o caos é um cerebelo em sublimação
o paraíso é azul-hematoma
colagem epifânica
link sobre link
a perdição dos atalhos
com um velho idioma na língua
serpentina
enrolada
no vocábulo
spare
kia, a primeira
selada
na coluna
binária
cavalgando páginas e páginas
de sílica & mímica
no dorso, no dorso
do monstro imaginário
Andréia Carvalho
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
Jóia perdida
Óh! Belas nascem as letras num coração de poeta;
Do Dédalo íntimo, capazes de algazarras em longínquas plagas...
Artilharia rutilante, poderosa
Espada da paz, do amor e da morte
Que sobrou a cristo e esfomeou Napoleão,
Que vencerá o mundo, e uma só lágrima derramar.
E ela será tua amor, será de plasma
E se não a pungir, explicação,
Perdeste o sonho, Afrodite.
A cegueira que te cobre a alma
é rainha terna e’teu coração;
Perdeste a voz que um dia ouvi;
Embalaram-me o sono, canto de pardais, e
Nem tuas veias agora sentem, e
Nem teus cabelos voam mais;
Vôo que ao condor ofendeu, impudica,
A Inveja, feroz, e hoje tão fugaz que
Nem memória guarda o rei dos ares;
Tão efêmero e tétrico é teu vôo,
O garçar de tuas ondas agora se mostram
Eternamente lânguidas ao mar de razões espumantes;
E a espada cavaleira de D’Quixote
Renasce intensa pr’um Artur fulgurante,
O gume de outrora a exaltar-te ulula
Em ataques contra o peito senhorita, musa;
Mas decrépita como se afigura,
Uma linda esmeralda se assim reduz,
Oferecido à riqueza e é rejeitado,
Uma vênus pútrida, tesouro precito
Vejo um lago cristalino que cintila pus;
Não...não estas morta, é o sangue
Da vida que escolhestes maldita;
outro gume no peito arde querendo sair,
o bobo apaixonado a defender a dama,
não vê que assim preferes, pobre tolo
tenta embalde sarar aquele cosmo podre;
Inflama a chama vital que te sustenta e rir...
E aposto, então, permanece ali, sinto
Um ruflar potente dentro em mim...
É o adubo dos desejos, das flores,
Hoje, árvores pra ti,
Veio oferecer a vida pra te fazer sentir
Que existe um amor puro e nômade aqui..
Debalde a lutar!
Olhos rubios atiram chamas de felicidade nocivas;
O amor amigo agora é traidor;
Entrega a espada, as flores e o corpo...
E minha mente fugindo do seu ser vazio, vejo...
Como foge o sol do anoitecer sombrio,
Assisto beberes do meu sangue
No meu próprio crânio;
Enquanto em trevas o seu mundo frio,
Vou viver nas nuvens ou n’outro corpo
E como um enxame de abelhas vais,
Já sem comida, produzir fel
Com o coração dos outros pra
Saciar a fome d’um corpo morto.
Leandro Santos
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