quarta-feira, 8 de junho de 2011

Lágrimas de Mãe

Distância. Um prato grego e uma ânfora sobre a mesa. Os pássaros no Lago Estínfalo são espantados por um soldado para que ele possa se refrescar antes da guerra. Mais adiante figuras vermelhas são pintadas noutro vaso por Andócides que, nesta semana, especialmente, estava contrariado com Posseidon. A mãe de Andócides esteve chorando por causa dele. Andócides que ainda não tinha visto as lágrimas de sua mãe procurava traduzir em linhas e cor esse desconforto. E interrogava a si mesmo, em voz alta, como representar a dor daquela que lhe é cara e pela qual devia a vida. Sim. Realmente era um grande problema a resolver. Mas justo ele que trouxera a vida na flauta, neste momento, próximo de uma guerra a estourar, remoia as lágrimas que no rosto da primeira amada vertiam. Talvez só os pássaros pudessem entender... ele imaginava. Os soldados preparavam-se no pátio para a guerra. Aquiles e Ajax jogavam na mesa ao lado. A lira junto com as tintas e os pincéis não emitia nenhum som. Só, Andócides, pensava.


Mara Paulina Arruda (Chapecó-Santa Catarina)


fonte :http://www.mp-arruda.zip.net/

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