como sou autor e gosto de tontarias,
como nada o obriga, ó cioso leitor, 
a me emprestar seus olhos e tudo 
pode vir a ser um jogo 
de ombros, muxoxo, fechar de livro,
decido me arriscar nestes e noutros 
instantes precários (escadas de vertigem).
suponha que haja 
enxames de segundos,
que seja a nascença do seguinte
a morte de um segundo na corrente ininterrupta...
suponha um enxame de segundos 
(vivo e mortos, mas somados)
no favo melífluo de uma hora; agora
suponha que dos favos colaborados 
tenhamos a abstrata colmeia, o dia, 
um único e precioso dia.
tudo pra que eu ou você, com um cajado,
cutuquemos e deitemos por terra.
tudo pra que eu ou você arranquemos
nacos, lambamos e deixemos o resto
atrás da horda de dedos e dentes, largados
e depois voltemos, no último ônibus da última linha, 
para os arrabaldes. 
Rodrigo Madeira
Rancor and emptiness of public discourse
Há 13 horas


3 comentários:
por isso talvez seja necessária a conscientização da construção da realidade que se faz a partir da minha, da sua ou da atuação do outro, em conjunto, mas querendo que seja restaurada a possibilidade de que o meu melhor signifique o seu melhor e o melhor do outro e quando o último ônibus chegar, saibamos reconhecer a trilha!
r
ou, para que quando o último ônibus chegar...
r
apesar do poema ser, no seu mais íntimo revolucionário ( e todos os poemas o são, tontarias...
r
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