quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

SONETO DE CONTESTAÇÃO



Eu te amo - te amo e a vida passa
Sempre o homem sozinho , sonhador
Tentando moldar da repetida argamassa
O fio partido do meu e do seu amor

A vida escorre na solidão da praça
Onde o vazio de tudo sobrepuja o calor
E o frio envenena em ondas de vinhaça
O que um dia me iludi fosse dar em flor

Eu te amo e o vento já não trás
A vida sonhada e que nos sonhos era linda
Em suas esperas de barcos e de cais

Fica então sem lda o flutuar da vinda
Resta esperar apenas , e que seja em paz
Pois se o amor é ruim , vida existe ainda


Bruno Junger Mafra- in "A Valsa Esquecida " , p. 45

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