Se o meu poema diz quem realmente sou,
Então a minha servil sinceridade,
Não condiz com a promiscuidade,
De que me acusa o meu verso sedutor;
Que propaga tanto a felicidade,
Na verdade conhecendo apenas dor.
Se a alma dita o que sinto realmente,
Se poetar é mentir despudoradamente,
Eu confesso que poeta já não sou;
Escrever sobre o amor que não conheço,
Almejando o céu que não mereço...
Sou apenas um singelo trovador.
Talvez a minha imensa ânsia de amar,
Somada a solidão deste meu ser,
Concita a minha alma a escrever,
Poemas tão lindos de amor;
Desenhados no escudo da beleza...
Que apara a tristeza da minha dor.
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