quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

queimar

não me toque
estou encantado.
morri ontem
entrei pra eternidade
com todo o futuro
enterrado.
o fio de mel
em minha língua
de arame farpado
secando as roupas
das brevidades
no horizonte.
não, não me ame
onde finda o olhar
cruel dos amaciantes.
apenas me chame
pra deitar ao sol
de tua boca infame.
que horas são?
preciso encontrar
um tempo
enquanto é tempo
antes do agora
em combustão.

jorge barbosa filho, casa de ray (mundo) rolim. Morretes. 26 de dezembro de 2007

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