quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

POEMA N 4

Poema № 4

Ao amanhecer a encontrei.
Sugeri que bebêssemos das claras da aurora.
Ela, com olhos negros, me disse: — não posso.
E se foi ...

Ao meio-dia, a encontrei outra vez.
Insisti que provássemos das delícias de um sol ardente.
Ela, com olhos negros e melancólicos, me disse: — não posso.
E se foi ...

Ao nascer da lua cheia, outra vez a encontrei e a convidei
para fartarmo-nos de luar e sermos felizes.
Ela, com olhos negros, melancólicos e chorosos, me disse: — não
posso, vou ao festival das lágrimas, cantar minhas dores.

E indo-se, falou: — eu sou a tristeza ...

Osiris Duarte de Curityba

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