Faltara o samba flertando dor com esperança
e a lâmina cega do blues cortando a encruzilhada
da alma bêbada de olho no precípicio que brada:
“A morte será sua herança”. Cobiça-te desde criança
Quando descia o morro rindo da bala que traçava o céu
Rasgando a noite calando no peito do dia mais uma colheita de desenganos.
Faltara o samba que bateu em retirada quando a luz que dançava nos olhos teus
Quedaram nos seus passos o silêncio da tua esperança.
Sonha o céu mais estrelas dos anjos nascidos das bastardas balas perdidas.
Enquanto marejada de ácido corre fantasma a alma do blues
Queimando as cordas dos meus nervos que cantam
O silêncio das crianças que clamam por socorro
na encruzilhada dançam o samba com o blues
numa só alma negra e profunda.
Ecoando escravidão, dignidade e luta.
E ainda nas vielas da canção sonhando paz, amor e união.
Wilson Roberto Nogueira
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