quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Estigma

Por sendas oblíqüas,
violência urbana
violência doméstica.

Delitos, impunidade e dor,
na penumbra das cidades.

Pelas esquinas,
rostos anônimos,
corpos lanhados
pelas marcas do desamor.

Não importa a idade,
classe social.

Mulheres,
tomadas pelo medo,
têm a alma amargurada,
a carne rasgada.

Nos olhares castigados,
não há lágrimas nem sorrisos.

Só um silencioso pedido de socorro
entre sonhos adormecidos.

O tempo, é como sopro,
leva sem remorsos,
o silêncio da noite, os hematomas,
as escoriações, as mãos vazias...

- ( não importa a identidade,
o coração partido,
o medo
a desventura) -

E, sem sofismas
na alvorada, traz a denúncia,
porta à liberdade!

30/11/04

Andrea Motta

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