sexta-feira, 27 de abril de 2007

Triste pra quem?

Bate sete da manhã,
Mas sete da manhã não bate.
O vizinho bate:
Pau na lata,
Aliacate no cano,
Martelo na cabeça do prego...
Antes na cabeça dele.
Tem telhado bonito,
Tem mandar elogio retroativo.
Tem grade branquinha,
Tem lei não tem bom senso.
Tem aposentadoria
Duma vida que ia
Longe da mulher das filhas.
Da responsabilidade do amor da dor.
A pena, desta vez útil,
Serve-me de calmante.
De tranquilizante,
Imaginar o fim:
Da reforma e da vida.


Rodrigo Ceccon

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