quinta-feira, 5 de abril de 2007

fortim

eram tantas veredas e pomares,
que não sentia da fruta a toxina,
à descoberta de outros paladares
quando febril, dentava a mancenilha

Eram lúridos, previstos azares,
eram dédalos em lugar de dedos;
vela de sete dias, sete mares:
- preparar horizontes de degredo!

lá, destalado entre o sol e a ardentia,
quem quer tentasse não me alcançaria...
o futuro ia erguer gradil estável

ali, onde morrem aves regressas...
hoje não! sou fortim inexpugnável,
porque minhas portas estão abertas.

Rodrigo Madeira

de seu livro: Sol sem Pálpebras

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