segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Fachada e os Fundos

Rompi com os afazeres da pressa
e carrego afazeres do sossego
embora ainda arraste
ossos de minha geração
sigo

embora ainda use
ossos de minha geração
como cabide de meus ossos
falo do ato de azulejar os fundos da casa

é momento de estranhar
o estado limpo das coisas
nos fundos da casa
como houve um momento
de falar do alegre azulejar da fachada
e suas falsas coisas limpas

como já cantei
o tempo agindo em nós
através de suas máquinas e
subterfúgios
como já cantei redondos verões
que não me trouxeram nada

Edson Falcão

2 comentários:

Anônimo disse...

Extraído do livro "A Fachada e os Fundos", do poeta Edson Falcão, lançado pela 1801 Cultura e Arte, em 2010

Alexandre França disse...

Para adquirir o livro, é só entrar neste link http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=22625295&sid=1242351821361255285981225