quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MIOPIA SOCIAL

Anoitece
e o último quadro pardo,
um homem comum
maquiado de escravo,
gravado...
na impressão de quem esquece.


Do singular que caminha,
do transeunte...
o que cambaleia nos rumos dos sapatos
e borda a rua
às vezes sem destino...


Ri dum cansado
como quem suspira.
Trágico ensaio,
como quem suporta
a morte eterna batendo à sua porta.


Altair de Oliveira
– In: Curtaversagem ou Vice-Versos.

3 comentários:

Angela Gomes disse...

Bom de doer.

Victor Meira disse...

Bacana.

Mas e se escrevêssemos pros homens comuns, ao invés de falar com os mesmos sensíveis transeuntes de sempre?

Essa miopia me soa lugar-comum na poesia. Mas talvez porque seja um lugar-comum na sociedade (e que continua sensibilizando nossos olhos transeuntes).

Abraço!

Flá Perez (BláBlá) disse...

que belo!