sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Mulher Solteira Procura

Para ser lido ao som de Amy Whinehouse.

Lançar-se na busca da verdade pressupõe necessariamente um processo de desconstrução e reconstrução...não há ganhos sem perdas...
É preciso deixar de lado o que é estranho à nossa natureza e essência, conduzir-nos pela intuição mais preciosa, já que dentro de nós há alguém que tudo sabe e tudo vê. Um olhar atento para dentro, revela mais do que mil palavras... Explosão...

Só se é PLENAMENTE quando somos capazes de nos entregar nessa busca, respeitando toda a ambigüidade que é SER HUMANO.
É a consciência de que sentimentos antagônicos nos invadem e/ou habitam não nos é nociva?Antes sim nos liberta, à medida que nos permitimos saber-nos bons e/ou maus?
Conseqüentes e/ou inconseqüentes?
Santos e/ou demônios?
Não somos seres lineares e/ou bipolares?
E é o que nos permite uma infinidade de possibilidades de que o novo venha reformular o velho já existente em nós, renovando-nos (refiro-me àquelas verdades recebidas e internalizadas desde nossa mais tenra idade).
Ser é querer ser. Esse é o começo de tudo...

O desejo e a consciência de que a busca de nossa verdade é VITAL. Contudo, não podemos nos entregar a busca e “ser” plenamente, se nos prendermos ao “certo”, ao passado. Afinal, o que é o certo?
O novo pressupõe de alguma forma no aniquilamento em nós daquilo que já passou?
Soterrar o momento vivido e seguir em direção ao futuro incerto, desconhecido, com todas as novas expectativas que se encerra?
Essa aventura do “ser” efetivamente... viver do que mais há de mais genuíno em nós não pode comportar medo algum... ... pois esse sentimento nos afasta de nossa verdade, nos amarra ao aconchego que provem do presente seguro e certo.
Enquanto não se segue em frente, sem olhar para trás, permanece-se preso ao passado para sempre, sendo sombra do que se é efetivamente, parte de uma festa desconhecida e desejada.
Não se faz necessário qualquer mapa para a felicidade, ela reside dentro de cada um de nós, na beleza que advém das coisas mais simples da vida. Ela habita na coerência que interliga o nosso agir e/ou pensar. A equação reside em estabelecer a relação direta entre nosso desejo de “ser” e a entrega na busca, sem necessitar de sentido, não temendo a queda, pois precisamos dessas perdas cotidianas para nosso crescimento enquanto ser humano.

Então, digo-lhe: nada tema!

Viva e deixe que a vida lhe invada como uma manhã de sol - aqueça sua alma.
Ame e se deixe amar, pois é o amor que nos define enquanto seres humanos e nos imortaliza. Liberte-se e “seja” o que “é” VERDADEIRAMENTE.

Entregue-se à poesia que reside na aventura do desconhecido e de todas as expectativas inimagináveis do amanhã, recriando-se em si mesmo para sempre.


MARCIO CIDO SANTOS

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