Sob o lençol de jornais embriagados sonhos repousam na cama
de papelão.
Entre assassinatos, estupros e corrupção dorme o súdito da
escravidão
Correntes pesadas como o ar que não consegue tragar
quando corre trôpego em seus sonhos de liberdade
ao morrer a cada céu sem estrelas como essa noite
noite que só não
corta com lâminas de gelo porque os papeis
das lágrimas das almas dos anjos sem paradeiros
Tornaram-se um cobertor pesado
Tornaram-se um cobertor pesado
a amarelada e suja
mercadoria .
Wilson Roberto Nogueira
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