domingo, 29 de abril de 2012

VITÓRIA RÉGIA NO CIBERESPAÇO

A LUA É A MESMA
DE ANTIGAMENTE.
É O MESMO, O PRÓPRIO SOL.
E AINDA É O MESMO
O MENINO QUE ATIRAVA PEDRAS
NA LAGOA
SURPREENDENDO
ESTRELAS

 AS ONDAS DO MAR
AINDA RECEBEM
A VISITA
 DOS RIOS
E A MENINA AINDA PERSEGUE
PARA SER PERSEGUIDA
COMO LENDÁRIA
 NAIA
ENCANTADA POR JACI

 O TEMPO,
NÓS SABEMOS,
É MESTRE INQUIETO,
QUE SEMPRE
 INVENTA
 SEUS PRÓPRIOS CURSOS
 VIRANDO O JÁ VIVIDO
 PELO AVESSO

NAS JANELAS DO VERSO.


PIRILAMPOS E BEM-TE-VIS
 DIVERTEM-SE
COM NOSSA PERPLEXIDADE
DO LONGE QUE FICOU
PERTO
E DA VIRTUDE  VIRTUAL
 EMBALANDO A REDE
DO CONHECIMENTO.

 RADARES INDISCRETOS
INVADEM
CIRCUITOS FECHADOS
 COMO CATAVENTOS
EM TEMPOS DE FESTA
PROCURANDO
NOVOS RECANTOS
DO PENSAMENTO

EMARANHADO DE FIOS
ELEVAM RAÍZES
 AÉREAS
NA ESTRATOSFERA
E ACORDAM
NAS ENTRETELAS DA NOITE
SOMBRAS PARABÓLICAS E
ARTÉRIAS
DO SENTIMENTO.

QUE REALIDADE É ESTA
QUE ME CONFUNDE?

 FAÍSCAS OUSADAS
REACENDEM
A FOGUEIRA MILENAR
ENTRE ASSOMBROS DE CABOS
E CÉLULAS SEM FIO

E A PALAVRA
DO QUADRO NEGRO
APRENDEU A NAVEGAR
REINVENTADA
MULTIPLICANDO LUAS
        COM ARES
DE VITÓRIA RÉGIA

   NUMA TELA

DE CRISTAL.

GLÓRIA KIRINUS

Poema publicado originalmente no livro: Curso Normal Superior com Mídias Interativas – Um projeto inovador para a formação de professores. 
Organizado
por Célia Finck Brandt  e outros. Editora UEPG

Poema publicado na Revista Mediação 2008

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