urbanoideiluminado disse... Quarta-feira, Fevereiro 28, 2007
A Literatura e o Mal
Este é um livro de ensaios do "não-filósofo" Bataille. É uma série de ensaios a respeito de autores que envolveram-se, de um modo ou outro, com a questão do Mal. É interessante e chega a ser motivo de perplexidade, o modo como o tema é abordado. Creio que, hoje em dia, o filósofo Michel Mafesolli, retome este tema em seu livro A Parte do Diabo, citado num dos tópicos anteriores. Em A Literatura e o Mal, Bataille revê autores como Emily Brontë, Baudelaire, Jean Genet, Willian Blake, Franz Kafka, Sade.
Baudelaire na visão de Sartre Em seu livro intitulado Baudelaire, há um trecho q é citado por Bataille, no segundo ensaio do livro A Literatura e o Mal: "Fazer o Mal pelo Mal, é exatamente fazer o contrário do que se continua a afirmar como Bem. É querer o que não se quer - dado que se continua a detestar as coisas más - e não querer o que se quer - dado que o Bem se define sempre como objeto e fim da Vontade profunda. Tal é, justamente, a atitude de Baudelaire. Existe entre seus atos e os de um culpado vulgar, a diferença que separa as missas negras do ateísmo. O ateu não se preocupa com Deus, porque decidiu de uma vez para sempre que ele não existia. Mass o padre das missas negras odeia Deus porque Ele É amoral; escarnece-o porque Ele É respeitável; põe a sua vontade na negação da ordem estabelecida, mas ao mesmo tempo, conserva essa ordem e afirma-a mais do que nunca. Cessasse um instante de a afirmar, a sua consciência conciliar-se-ia consigo própria, o Mal transformar-se-ia em Bem e, ultrapassando todas as ordens que não emanassem de si próprio, emergeria no Nada, sem Deus, sem desculpas, com uma responsabilidade total."
Podemos exercitar nosso espírito lúdico e rever as linhas anteriores de Sartre. Diz ele: Fazer o Mal pelo Mal, é exatamente de propósito, fazer o contrário do que se (quer)(!) - dado que se detesta as coisas más e que o Bem é o objeto e o fim da vontade profunda. Para Sartre, Baudelaire (igual a cada maldito) rompe com a sociedade para resgatar a individualidade. E assim adquirir uma responsabilidade total, sem desculpas.
Essa é, na minha modesta opinião, a chave de toda a questão! Parafraseando Crowley, a realização do verbo Ser/Star!!!
No primeiro ensaio de A Literatura e o Mal, Bataille fala de Emily Brontë e seu livro "O Morro dos Ventos Uivantes". Catherine e Heathcliff, como personificação de um estado selvagem no humano. Esse espírito original, semelhante a Adão e Eva no Paraíso(comparação minha), seria o que Ken Wilber chama de fase pré. Segundo Ken Wilber, e simplificando a simplificação da explicação, a estrutura psiquica existe nos moldes pré e trans.
Ou seja, há, por exemplo, um inconsciente pré, arcaico, pré linguístico e um inconsciente trans, trans linguístico, transcendente. Essa fase pré chega ao ápice com o estádio mágico, pré civilizatório. É na fase do espelho que há o salto inicial pra uma consciência trans.
E o que é o estagio do Espelho? É a primeira reação psíquica ao confrontar-mo-nos com a nossa Imagem no Espelho. Entre o ampo espectro que vai do SI ao Outro.
Conforme for a resolução dessa visão, essa identificação ou não identificação e (colaboram para isso a linguagem de duplo vínculo), surgem ou não, as patologias.
A percepção do indivíduo saudável, para aquém [tempo] e além [espaço] do neurótico, o sujeito resolucionado, se chegar a forma originária d´Aquele que Vê saber que Vê a partir de Sí. São os meus olhos que identificam a Imagem do Espelho: Aquele que lá está, está aqui!!! Ou a pergunta, não é quem constitui a imagem no espelho, mas quem é aquele [sou este] que vê a minha imagem no espelho?
Não houvessem, principalmente, os mecanismos de alienação social, a pergunta acima seria natural a qualquer indivíduo humano.
Há uma letra de uma banda argentina dos anos 70, o Vox Dei que fala, na música Gênesis, de La Biblia: "Hombre, que te miras en las aguas para ver quien sos? Mira-me, se quiere verte, por que imagen mia sos!!!"Essa é a resolução ideal do estágio do espelho!!!!
Grupo literário curitibano que apóia-se na "teoria dos maradigmas", idealizado pela prof. e escritora Glória Kirinus, com base em Heráclito, Gaston Bachelard e Michel Maffesoli. Direitos reservados aos autores dos textos e imagens postadas.
3 comentários:
urbanoideiluminado disse...
Quarta-feira, Fevereiro 28, 2007
A Literatura e o Mal
Este é um livro de ensaios do "não-filósofo" Bataille. É uma série de ensaios a respeito de autores que envolveram-se, de um modo ou outro, com a questão do Mal. É interessante e chega a ser motivo de perplexidade, o modo como o tema é abordado. Creio que, hoje em dia, o filósofo Michel Mafesolli, retome este tema em seu livro A Parte do Diabo, citado num dos tópicos anteriores. Em A Literatura e o Mal, Bataille revê autores como Emily Brontë, Baudelaire, Jean Genet, Willian Blake, Franz Kafka, Sade.
Baudelaire na visão de Sartre
Em seu livro intitulado Baudelaire, há um trecho q é citado por Bataille, no segundo ensaio do livro A Literatura e o Mal:
"Fazer o Mal pelo Mal, é exatamente fazer o contrário do que se continua a afirmar como Bem. É querer o que não se quer - dado que se continua a detestar as coisas más - e não querer o que se quer - dado que o Bem se define sempre como objeto e fim da Vontade profunda. Tal é, justamente, a atitude de Baudelaire. Existe entre seus atos e os de um culpado vulgar, a diferença que separa as missas negras do ateísmo. O ateu não se preocupa com Deus, porque decidiu de uma vez para sempre que ele não existia. Mass o padre das missas negras odeia Deus porque Ele É amoral; escarnece-o porque Ele É respeitável; põe a sua vontade na negação da ordem estabelecida, mas ao mesmo tempo, conserva essa ordem e afirma-a mais do que nunca. Cessasse um instante de a afirmar, a sua consciência conciliar-se-ia consigo própria, o Mal transformar-se-ia em Bem e, ultrapassando todas as ordens que não emanassem de si próprio, emergeria no Nada, sem Deus, sem desculpas, com uma responsabilidade total."
Podemos exercitar nosso espírito lúdico e rever as linhas anteriores de Sartre. Diz ele: Fazer o Mal pelo Mal, é exatamente de propósito, fazer o contrário do que se (quer)(!) - dado que se detesta as coisas más e que o Bem é o objeto e o fim da vontade profunda. Para Sartre, Baudelaire (igual a cada maldito) rompe com a sociedade para resgatar a individualidade. E assim adquirir uma responsabilidade total, sem desculpas.
Essa é, na minha modesta opinião, a chave de toda a questão! Parafraseando Crowley, a realização do verbo Ser/Star!!!
Ser/Star Tempo/Espaço
No primeiro ensaio de A Literatura e o Mal, Bataille fala de Emily Brontë e seu livro "O Morro dos Ventos Uivantes". Catherine e Heathcliff, como personificação de um estado selvagem no humano. Esse espírito original, semelhante a Adão e Eva no Paraíso(comparação minha), seria o que Ken Wilber chama de fase pré. Segundo Ken Wilber, e simplificando a simplificação da explicação, a estrutura psiquica existe nos moldes pré e trans.
Ou seja, há, por exemplo, um inconsciente pré, arcaico, pré linguístico e um inconsciente trans, trans linguístico, transcendente.
Essa fase pré chega ao ápice com o estádio mágico, pré civilizatório. É na fase do espelho que há o salto inicial pra uma consciência trans.
E o que é o estagio do Espelho?
É a primeira reação psíquica ao confrontar-mo-nos com a nossa Imagem no Espelho. Entre o ampo espectro que vai do SI ao Outro.
Conforme for a resolução dessa visão, essa identificação ou não identificação e (colaboram para isso a linguagem de duplo vínculo), surgem ou não, as patologias.
A percepção do indivíduo saudável, para aquém [tempo] e além [espaço] do neurótico, o sujeito resolucionado, se chegar a forma originária d´Aquele que Vê saber que Vê a partir de Sí. São os meus olhos que identificam a Imagem do Espelho: Aquele que lá está, está aqui!!! Ou a pergunta, não é quem constitui a imagem no espelho, mas quem é aquele [sou este] que vê a minha imagem no espelho?
Não houvessem, principalmente, os mecanismos de alienação social, a pergunta acima seria natural a qualquer indivíduo humano.
Há uma letra de uma banda argentina dos anos 70, o Vox Dei que fala, na música Gênesis, de La Biblia: "Hombre, que te miras en las aguas para ver quien sos? Mira-me, se quiere verte, por que imagen mia sos!!!"Essa é a resolução ideal do estágio do espelho!!!!
muito massa, pozzinski!
acabei de roubar este post.
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