sábado, 7 de janeiro de 2012

o silêncio vai raspando a pele  até cortar a veia do sentimento
o sangue verte irrigando  o sofrimento
que germina novas luas
de plácidos rostos em lagoas puras.

Jogo o anzol e só espero o prateado brotar peixe
faminto  não sinto dores nem o clamor da fome
não vejo a lua me olhando triste no fundo do lago
só o peixe  essa moeda da minha angústia.

palavras são foices ou seda, lã ou adaga
em mim elas saem como desespero de peixes
numa lagoa a secar no olhar de prata da lua
O sorriso plácido do silêncio é uma adaga

um sorriso que corta sem saber
corta o ar da gota prateada que se fez peixe
e não sabe por que seu mundo está a secar.
talvez ele já não saiba mais amar.


Wilson Roberto Nogueira

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