sábado, 30 de abril de 2011

olhos de abalone

com o trotar de um xamã
soberbo
com o salto de um grifo
negro
um vulto pisoteando gelo
uma faísca no feno
centauro
vermelho
veneno

o vagar dos olhos
de abalone

a te cavalgar

olhe onde quiser olhar
sempre seus
os olhos no espelho

a te cavalgar

no fim do mundo
a invenção intrincada
de galopes
de geleiras
de escarpas

a vagar, a vagar

na casa do leão-serpente
no horizonte
tão frio, tão quente

seus olhos cinzentos
de espelho

sempre, sempre
noite branca, noite ventre

abalone
neônio
fluente

no dorso de abraxas


Andréia Carvalho

Um comentário:

Anônimo disse...

Andréia Carvlho lançou seu livro de estréia "A Cortesã do Infinito Transparente" da coleção Caixa Preta Poesias, da Lumme Editor no ZOONA Literária que ocorreu em Curitiba - início de Abril