quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ossatura I

Nós nos nossos ossos
Vós nos vossos

Luciana Cañete

http://deusdobravel.blogspot.com/

sexta-feira, 25 de junho de 2010

manuel do barro

● caramujo:
observeio
por duas horas
a fio.

se se moveu,
(o pequeníssimo mundo
sobre as costas)

foi um nada
de milímetros.

ficou ali,
(de)colado,
sobvoando.

pousou-se

na lata enferrujada
da copa de um rio.

***
apenas isso
e se compõe um ballet
para pedras e caramujo.
 
 
Rodrigo Madeira

quarta-feira, 23 de junho de 2010

hunos

como sou autor e gosto de tontarias,

como nada o obriga, ó cioso leitor,
a me emprestar seus olhos e tudo
pode vir a ser um jogo
de ombros, muxoxo, fechar de livro,

decido me arriscar nestes e noutros
instantes precários (escadas de vertigem).
suponha que haja

enxames de segundos,
que seja a nascença do seguinte
a morte de um segundo na corrente ininterrupta...

suponha um enxame de segundos
(vivo e mortos, mas somados)
no favo melífluo de uma hora; agora
suponha que dos favos colaborados
tenhamos a abstrata colmeia, o dia,
um único e precioso dia.

tudo pra que eu ou você, com um cajado,
cutuquemos e deitemos por terra.
tudo pra que eu ou você arranquemos
nacos, lambamos e deixemos o resto
atrás da horda de dedos e dentes, largados

e depois voltemos, no último ônibus da última linha,
para os arrabaldes.


Rodrigo Madeira

sábado, 19 de junho de 2010

Recanto dos Quânticos

Do alto
De minha baixa
Estatura

Me curvo
Diante do universo
E sua curvatura

O átomo
É uma galáxia
Em miniatura


Chico "Capetão" Cardoso e Édson "Aranha" de Vulcanis

sexta-feira, 18 de junho de 2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A V E N I D A S

avenidas andam
quando eu passo
a passo me refaço
a medir o espanto
a ocupar

e s

      p a ç o


Yury Miyamura

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Rascunho de Vida

Eu quero que você me esqueça
Mas não deixe de mandar
Uma lembrança, uma certeza

E você tem que me largar
Mas antes disso ponha a mesa
E esteja pronta pro jantar

Se é tudo tão estranho
Eu prefiro esse ganho
E aos poucos te perder

Caminhar lento à morte
Achar que tenho sorte
Se o acaso ainda vencer



Yury Miyamura

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Davi e Golias

Descendo do ônibus, a avó suspende a criança pelo braço como se suas juntas fossem de borracha

Ato seguido por um sonoro: "Aiiiiii!", e um franzir de sobrancelhas do pequeno ser suspenso.

Chegando ao chão a mãe diz: "Tá vendo porquê ela apanha?"

Moral da história: ser criança é estar à mercê de qualquer trairagem


Ricardo Pozzo
 

domingo, 13 de junho de 2010

Espero...

Espero...
o que não vem.

De longe quero
o que de perto escondo.

Sentimento doído,
grito calado.

Ausência.

Só sofre

quem por amor
(ou sem ele)

morreria.


Deisi Perin

http://www.aedoscuritibanos.blogspot.com/