sábado, 2 de maio de 2009

O excesso do real num jogo ótico de luz e sombra

Um cavalo corre no campo cerebral de Muybridge
que captura suas articulações
por não aguentar a efemeridade do seu galope
congelando o movimento primórdio do animal
tecno-cientificamente classificado
como um eqüino imortalizado

Muybridge
a fim de descobrir a lógica no místico
eternizou o fascínio na luz da razão
a mesma razão que o enganou
quando apertou o gatilho da espingarda
contra o amante de sua mulher

como se além de ter capturado o corpo físico
tivesse guardado também
o instinto do objeto fotografado
cuja natureza era demasiado forte
para o seu intelecto visionário
de homem duplamente traído.

Camila Vardarac

http://vaga-lumens.blogspot.com/

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