terça-feira, 14 de abril de 2009

Não me importa o chão

( Ao professor Sérgio Kirdziej)

Ao se torcer a língua
irrompe sob a espuma
a labareda

Vida e devastação

À sombra e à fumaça
não cumpre criar raízes

A percepção vergastada no suporte
distingue uns poucos matizes

Fixo-me só em linhas transitórias

Pés ressentidos do peso da matéria
não adentram os meandros das ideias

Ademais todos os dias
uma folha do plátano
esfarela-se
na passarela de cimento

Iriene Borges