quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A Trapezista e a Corda Bamba

E, enquanto você costuma falar
De seus abismos
Com seu modo cínico tradicional,
A outra dissimula
O intransigente benefício
Da dúvida.

Mas, nem uma nem outra,
Com seus apetrechos
Invisíveis a olhos alheios,
Comparam seus amores
Instantâneos,
Às vítimas de sacrifícios humanos,
Feitos para apaziguar deuses invejosos
E sedentos de sangue.

Pois, "usadas" e
Logo "largadas",
Garantem a perpetração
Do circo vicioso
Armado em qualquer esquina
Onde se exibem
Como aves de rapina,
Com público garantido
Pela fome de viver.

A saturação do tédio
Maquilada de pseudodesejo
E raiva.

Ricardo Pozzo






3 comentários:

Cláudio Bettega disse...

grande ricardo, ótimos poemas por aqui. parabéns a todos os realizadores. obrigado pelo link. abraços.

medusa que costura insanidades disse...

e quanta raiva nos move como maquinaria sanguinária.......e desejo maquiado por tras de tudo...

Unknown disse...

ave Ricardo grande!! somos todos movidos pelo sentir..estou eu aqui perdida entre seus poemas tentando me achar pra te procurar...