quarta-feira, 26 de dezembro de 2007


Universo Extra

Trancado em meu próprio mundo
Vejo uma outra realidade da janela;
Neste meu aposento de luzes apagadas
Posso sentir fortes as formas que não vejo
E do outro lado, a paisagem externa,
A mesma inverdade que vivo a vista,
É imutável apesar do movimento.
Resta-me como maior diversão,
Bem do alto da minha torre imaginária,
Olhar, bem de cima,
E cuspir na cabeça de quem passa.

Juliano Grus

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

sábado, 22 de dezembro de 2007


Hades

Cães guardam Portais.
Cérberos,
Nada Mais.

Ricardo Pozzo

O Século 17 Passou Por Aqui

aqui a Ilha

nela

há blecaute espontâneo
vento real para espanto

os naufrágios não vêm escritos nas velas do barco

nem os amores na aura sonora do coração

tudo neste cais é invisível e indivisível estas coisas de nós
feito música

Everton Freitag

SER
O
SOL

LH´ESFERA
UM
JACTO
SE LUZES

NO
SONHO
ALGO
S´INCANDECE

Carlone Machado

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007



photo by Emmanuel Peixer

Cachorro Louco

O escravo em pátria própria
Prospera traduzindo
Delírios de rei sonhador
Do tempo dividido em vacas
Gordas e magras.

Impróprio para consumo humano
A multiplicação dos reis prósperos
Por sonhos insensatos
No tempo dividido em vacas
Ébrias e sóbrias.

Produzindo o lácteo ácido
Osso de roer
Cachorro louco.

Carlos Sousa


photo by Emmanuel Peixer

Herakeion

Aporto em meio a névoa densa , aos poucos se dispersa.

Filas de Esfinges me cercam. Olhos desconfiados. Sigo em frente. Finalmente. Heracles!

Deixaram-me entrar. Saúdo deus Amon! Deus Sol. Toco nas rochas monumentais.

Um susto. Sinto a mão que esculpe.

Hieróglifos efêmeros. Tu és eterno agora, mas tu Herakeion jazes no mar, tua história não.

Abro os olhos. Meu edifício de concreto.

Será que sobreviverão ?

Analiese Lara

A grande invenção

Permanente o assombro do velho mateiro. O menino inventava coisas de assarapantar; arapucas que capturavam bandos inteiros de rolinhas, pipas gigantescas que pareciam beijar o sol, engenhos com que podia ascender aos galhos mais altos e frágeis e furtar aos passarinhos as frutas mais tenras.
Notou que de uns tempos pra cá não arredava pé da cozinha . Desconfiado, pôs-se à espreita e o surpreendeu em estranha atitude: tinha as mãos aferradas ao zíper da blusa que abria e fechava sem cansaço, os olhos atentos ao balé das chamas e às evoluções da centopéia na caixa de sapatos; julgou que o moleque enlouquecia quando o pino da panela de pressão pôs-se a gritar e a girar doidamente como um cata -vento.
Alarmado, foi ter com o patrão que, ao tomar conhecimento das invencionices do menino, decidiu levá-lo para estudar na capital. Indescritível a excitação do menino a bordo do carro. De repente, ouviu um grande ruído, o mundo parecia vir abaixo. O carro se deteve. Avistou, então, um caminho de prata e o trem-de -ferro que vinha apitando, dizendo que vinha do Piauí.
Tinham se antecipado à sua invenção.

Edivan Pereira

Histórias da Infância

As saudades da época da infância faziam o vovô suspirar quando contava suas histórias, tão antigas que se confundiam com sonhos irreais a às vezes careciam de verossimilhança. Os netinhos ouviam tudo com atenção sentados no tapete da sala , embora desconfiassem de que aquilo tudo era uma invenção do vovô , que já estava meio caduco.
No dia em que contou a história das grandes invenções todos ficaram muito atentos. Ele dizia que quando era garoto, uma vez por ano, o trem trazia da cidade um grande circo. E ali no pequeno povoado desembarcavam mágicos, trapezistas e músicos trazendo consigo vários inventos, como a fórmula da invisibilidade e as sementes que germinavam árvores tão altas capazes de chegar até o céu. Ele jurava ter subido numa dessas árvores e tocado as nuvens. Mas há muito tempo o trem não vinha. Nem se lembrava mais da última vez. E esperava com muita ansiedade o retorno do circo com todas as maravilhas da infância.
Deu uma pausa e um suspiro profundo para refazer toda a trajetória que o tempo havia corroído como um ferro que oxida. Súbito, levantou-se da cadeira de balanço. Não acreditava no que ouvia: era o ruído do trem! O circo estava voltando. Correu até a janela para certificar-se do que estava ouvindo, porém não viu nada. Abaixou os olhos com tristeza, mas voltou a sorrir quando o netinho segurou sua mão e disse:
- Vovô, esse barulho é da panela de pressão .

Márcia Cruzara

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Abracadabra

meu segredo
não tem a beleza do tempo;
carrega o cansaço das eras.
dilacera-se entre as quimeras arquetípicas
emaranhadas nas rugas e rusgas amarelecidas
ao frescor de nova manhã de sol.

céu azul não vê meus olhos brilharem,
não enxerga minha alma encardida
que cheira a mofo e naftalina.
a flor desbota ao oxigênio da alga
e muitas faces me assustam
pelas sombras que roubam do dia a existência,
pois nas trevas são silêncio e nada.

fluxos do poder pelo qual cada ser precisa viver?
Abraxas, pôr do sol ou amanhecer,
depende do ponto de vista.
um ciclo que devora e é devorado.
mas se as moléculas se romperem,
assim o mundo estará quebrado.

Angela Gomes

A cidade passa do outro lado de lá
me sentí ressentido sei
nem sei o motivo
o sol, o sol, o sol
os raios solares é que são ultra,
ultra, ultra-violetas
os raios solares é que fazem viver e voar
os homens podem voar
para onde quiserem
é incrível do que um raio solar é capaz
os raios solares,
o sol ultra-violeta, violeta, violeta.

Freddy Robert (convidado)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007




Sininho

Você,
com suas meias de ácido
enxugaria as lágrimas
de todos os "garotos perdidos"
e tragaria o engulho plástico
dos anjos caídos.

Você,
com sua tristeza cativa
delataria a frieza silente
da lâmina festiva, que
incisiva penetra
teu coração de confetes.

E então,
um teatro
onde acendem-se luzes
antes dos aplausos,
nau que segue sem
guiar-se pelos astros,

despedaçaria o horizonte,
Estenebeia
a desejar
Belerofonte,

e sorriria!

Ricardo Pozzo

domingo, 16 de dezembro de 2007


Ao Grande Sestro Rodrigo - Destro como Madeira

Há muito equívoco nesta cidade,
Sobre a vida de Rodrigo Madeira.
Vive bêbado de poesia, de Curitiba,
De autocomiseração, e de um deus mortal.

Ouça-me quando lhe digo ...,
Rodrigo Madeira ..., "Está Vivo !" ...,
E não adianta tentar se matar."O Poeta ..., É Imortal".

Seja nas manhãs, tardes ou noites,
E em qualquer das esquinas da vida,
Tenha eu a idade que tiver, abraçarei a idéia
De olhar a vida com os olhos brabos,
De quem defende excepcionalmente a presença ...,
De "quem é vivo mas sempre tenta desaparecer".

Sorrir-me-á você ainda antes que um dia eu morra,
Porque sabia eu daquilo que era a obra de gigante,
Que entenderá então a razão de não ter cabido um ...,
"Que pena poeta" ...,
Pois na ordem natural das coisas,
Rodrigo - Davi, quer matar o - Golias - de Madeira.

E sem voltar para casa ..., com a cabeça velha,
Cheia de novas poesias, sem saber a idade que tem,
Quer se vingar em si mesmo,
Sem usar o hemisfério racional direito,
Sabendo que o esquerdo é rico por ele próprio.

Com a impressão que tem "medo do menino",
Que grita alto dentro peito, não possível,
Mas ..., circunspecto e competente poeta,
Que foge da menina - poesia despenteada -
E se agarra no vento que fala sozinho
- (será que nasce mais um poema ?) -
E não importa se de um adolescente,
Ou do homem ainda imaturo,
Se num ônibus expresso ou no lento passo,
Homero bem se representa.

Se o Rodrigo ..., que da vida ..., vive com medo,
"Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles,"
Sem importar quando e onde a vida se esconda,
Se num sábado sem prenúncio de domingo,
Se na esquina de casa, ou dentro de tudo,
Se na saída do barbeiro, ou na entrada das barbeiragens,
Se na volta da banca, ou ..., se pondo banca,
Se na fila do banco, ou sentado num banco,
Se num supermercado, ou como super-marcado,
Num estacionamento da esperança ..., com os pés ao chão,
Ele ..., estará a sua espera.

Em algum lugar dessa idade, seu parto está nascendo,
E escutarei, daqui a alguns anos, essas palavras ...,
"..., Tudo bem cara, eu me entendo","Perdôo -me porque sou perdoado",
E escreverá mais um verso,
Intercedendo em favor da vida,
Para que seja ..., exumado do "par" preferido.

Os poetas merecem ser elevados e enlevados,
Pelo pretérito lesivo ..., para um futuro letivo,
Como aves que perscrutam o ar procurando o caminho,
Já que cada um sabe ..., "rezar a própria missa".

Não há jeito, é certo como o ábaco,
Tal qual as grutas - (cavernas) - de outros tempos,
Platão cora o rosto, no sangue do poeta cativo,
Na verve do poeta que livre, se sentirá -(vivo) - e ativo.

Olinto Simões.

sábado, 15 de dezembro de 2007


Poema XV

Haverá de ter,
No final da jornada,
Qualquer coisa melhor
Que o Nada?

Ricardo Pozzo

Mortos que Andam

Mortos que andam
Passeiam no meu jardim
Atiro em suas cabeças
Divirto-me assim

Falta-me o trato
Para falar com eles
Quebro seus crânios
Divirto-me às vezes

O fim sem começo
A morte sem descanso
Os mortos me perseguem
Divirto-me manso

Quero um trago
Um baseado pra fumar
Abraço esses mortos
Divirto-me a danar

Giovani Iemini

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007


Rua XV de Novembro - Centro de Curitiba



sandálias e peneiras

de sandálias nos pés o espaço ganhas
sobre a cambraia de sonhadas dunas.
ao precípite andar em chãs nenhumas
luas pânicas pulsam, subterrâneas.

o que gritas e calas sob a Letra?
raízes arrebentadas,sem nome
anjos tripétalos dentro da fome
verdades absolutas obsoletas.

do que perdes aos passos inda fica
despencar do acantilado em prazer?
"eu, bispo, que côo meu café na mitra,

exponho, sujo de sol, a vocês
abismo de num surto vir a ser
loucura mais sã que tal lucidez"

Rodrigo Madeira

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007


ao meu assassino

há muito equívoco nesta
cidade
sobre a morte de paulo leminski.
morreu de bebida, de curitiba,
de harakiri e o diabo.

deixe-me dizer-lhe
leminski está morto e fui eu
que o matei.
era tardinha, sete de junho
de 89, na esquina do stuart.
eu tinha apenas dez anos de idade.

abracei-o no golpe da faca
e só largaria
depois que ele se largasse. olhou-me,
exepcionalmente, com olhos de
cachorro manso e disse: "quem é vivo
sempre desaparece."
sorriu-me como se eu morresse.
por quê sabia que aquilo
era obra de um tigre...
hoje entendo a razão
de não ter cabido um "sinto muito,
poeta!"
é a ordem natural das coisas.
leminski também matou seu touro
e voltou para casa de mãos novas.

comigo
acontecerá o mesmo.
não fiz nem 28 anos e já espero
o golpe do meu vingador.
tenho esta impressão
de que ele virá da direita,
sabendo que sou canhoto em tudo.

morro de medo do menino que
fala sozinho, possível poeta,
da menina que penteia os cabelos
no vento (será poeta?),
de adolescente no expresso
que lê a ilíada em pé.
morro de medo, morro de medo,
mas não há jeito, é certo como o sábado.

na esquina de casa,
na saída do barbeiro,
na volta da banca,
na fila do banco,
num estacionamento
de supermercado, ele estará
a minha espera.
inevitável que seja.
em algum lugar da cidade
meu assassino esta nascendo.

escute daqui a alguns anos estas palavras:
"tudo bem,
cara, eu entendo! perdoe-se como eu me perdoei,
ou não escreverá sequer um verso.

apenas interceda em meu favor para que eu seja
enterrado em meu bar preferido.
só isso. os poetas merecem ser emparedados
em seu boteco eletivo, assim como as aves
devem ser sepultadas no ar.

o botiquineiro saberá rezar a minha missa."

não há jeito
é certo como o sábado:
tal qual as putas de outros tempos,
o poeta cora seu rosto com sangue.

o sangue de outros poetas.

Rodrigo Madeira

Louva Deus

Olhe através do teu coração.
Luzes azuis rondam a cabeça.
Cale o grito mudo que ensurdece a razão.
Tuas mãos tremem no vazio.

Pra você que não é planta,
Embora se pareça.
Pra você que não é um animal,
Mas age como tal.

O que significa mutilar uma cabeça?

Al´maanze e Ricardo Pozzo

terça-feira, 11 de dezembro de 2007



Poema XXII

Rodas serpentinas nos envolvem.

Nós,
Pseudo-humanos
Intelectualóides banais,
Assassinos em potencial.

Cruzando os limites da racionalidade.

Onde pisarmos
No momento em que o vento
Nos joga direto
À institucionalização
De nossos ideais
Ou do que nos dá motivação?

Prostitutas nuas nas ruas
Exibem nossa moralidade
Hipócrita.

Ricardo Pozzo

Teu Nome

Profundidade!
Meu ser se eleva ao espaço e te encontra
Pairando como a brisa suave.

Percebo em ti, a nota esquecida
O tom real e belo da musicalidade que está em mim
Vibração celeste e perfeita como
Canção de amor

A energia circula por toda parte
E me conduz para o centro de minha alma solta
O mesmo centro de ti.

Teu olhar, uma mandala de Luz
Tua pele, pétala
Ès como a flor que encanta.

Teu corpo é leve como o vôo dos pássaros
A beleza do teu coração é um templo
E o teu nome é para mim um mantra.

Alessandro Jucá

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Jaula

Não alimente-os, animais!

Carlos Sousa

sábado, 8 de dezembro de 2007


Éden

A loucura olha-me nos olhos
- Faça-me gozar - ela diz

Lavas e terremotos
Devastam paraísos da serpente

Escoltados por anjos
Expulsos sem saber da onde

Talvez de onde vem o mistério
Ou de onde ele se esconde.

Carlos Sousa

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007


A Trapezista e a Corda Bamba

E, enquanto você costuma falar
De seus abismos
Com seu modo cínico tradicional,
A outra dissimula
O intransigente benefício
Da dúvida.

Mas, nem uma nem outra,
Com seus apetrechos
Invisíveis a olhos alheios,
Comparam seus amores
Instantâneos,
Às vítimas de sacrifícios humanos,
Feitos para apaziguar deuses invejosos
E sedentos de sangue.

Pois, "usadas" e
Logo "largadas",
Garantem a perpetração
Do circo vicioso
Armado em qualquer esquina
Onde se exibem
Como aves de rapina,
Com público garantido
Pela fome de viver.

A saturação do tédio
Maquilada de pseudodesejo
E raiva.

Ricardo Pozzo







entressono no bom retiro

1

é fino, frágil, de vidro
o sono no bom retiro.

do silêncio, num instante,
gritos do inferno de dante.

ao gritar que diz "acorde",
o gordo silêncio explode.

que punção nesta loucura
que à voz o sangue mistura,

na ala vizinha à borges?
(gritar sangra como um corte).

um gritar (com consoantes)
como eu nunca ouvira antes.

c´o pânico por consorte,
dos gritos a dor é o mote.

e do quarto do antivício,
como um peixe assustadiço

(pacto anônimo entre o surto
e uma crispação de susto),

meu silêncio quer o fundo,
além da mudez - no surdo.

pois que grita o homem noturno
na anteaurora em que não durmo.

pois que, às quatro, na ala ao lado,
regrita, em febre, este galo.

2

cedinho, no leito atado
com faixas (de olhos cerrados),

será assim sua manhã:
de amplectil com fenergan.

um sono de aço fundido;
não este outro (o meu), de vidro

Rodrigo Madeira

Play

Deixe o limite adormecer
Entre comigo neste ecossistema
De calamidades fisiológicas
Comida processada, refrigerantes,
Bom ar, desodorante e sexo.
Deixe a tela nos engolir
E mergulhemos neste mar de vodka
E solidão aos litros.
Não há motivos para voltar
Há sim motivos para acender o pulmão
Com algum fluído a cada lacuna desbravada.
Vamos arrancar a roupa do dia
Com a nossa afiada falta de bom senso
E mastigar o piso carpetado do medo
Com a dentadura dos prédios mofados
Há sempre alguém acordado por você
Seus pais, sua amante, seus filhos, a rua
Ou melhor, a sua falta de culpa
Nossa série já montada
Proibida para a massa
Proibida para cachorros
Proibida para a sobriedade
Deixe o limite adormecer
E comprove a falta de tato que há numa manhã,
A falta de orgulho que há num final de tarde,
A falta de tédio que há na noite.
Vamos, com os facões da obviedade,
Desligar os programas de auditório
Cortando cabeças, cortando frases
O direito de resposta
As grandes conquistas não serão mais grandes conquistas
Os grandes homens não serão mais grandes homens
Pois grandes seremos nós, sem motivos ou discursos,
Apenas a nossa existência ilimitada
Pois a falta de limite nos dá esse presente:
Dificilmente iremos perceber
A morte ao nosso lado.

Alexandre França

domingo, 2 de dezembro de 2007


bilhete

escrevi um verso
um poema
um livro

e daí?

se a esquadria do que escrevo
não me segura
o esqueleto de água

se vou morrer
se vais morrer
se vai morrer a língua
em que escrevo
se vai morrer o país
que fala a minha língua
e todas as línguas de todos
os países que falam

por que esta teimosia
de escrever?

por que não deixar
o passado fedendo
o futuro mentindo
impunemente
o presente apenas
o que já vai deixando de ser?

escrevo como quem
vive e não vai viver

não como quem
à visitação pública
em terras de amanhã
se enraíza e flora

eu escrevo não para ficar,
meu amor,

escrevo para ir embora

Rodrigo Madeira