segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Luto

A dor que não sentiste sinto agora
Ao contemplar-te nessa cova fria
Em um momento em que o pavor devora
Toda esperança que a paixão nutria.
Os vermes hão de corroer-te as tripas
E na amargura desse chão sem fim
Verei morrer as sazonais tulipas
Daquele amor que não achaste em mim.
E enquanto a cova te recebe em festa
E sobre a Terra cai a noite densa,
Sei que na vida agora só me resta
Beber o fel de uma saudade imensa.

Rebellis

2 comentários:

Anônimo disse...

Belamente mórbido, Rebellis.
Maravilhoso, lê-lo nesta trama poética. Sinta-se em casa.
Saudações!

Anônimo disse...

Excelente site.