Pego um livro e leio nas bordas outras vidas ,
em letras ora miúdas como mexilhão no coral ,
ora octopode oculto na tinta de seu corpo evaporado na
fuga
e me pergunto se velhos fantasmas
transaram no silêncio dos sonhos ;
outras vozes em mares revoltos ou na calmaria,
onde barcos pensam
outros destinos em outros mundos, portos a conhecer.
Veias em alva pele,
macia ou já amarelada, não importa ;
continentes ocultos que lançam sombras luminosas
na orla da praia das sensações .
Uma simples leitura mergulha em mares profundos,
onde em cada nível, novas leituras são possíveis.
Quando o fôlego não deserta para deixar ao sol,
nosso cadáver naufrago.
Wilson Roberto Nogueira
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