terça-feira, 12 de julho de 2016

O céu olha pro chão

             
É como se a estrela mais antiga  
me olhasse intensa lá do alto
e nesse mesmo espaço, a vida  
fitasse seus olhares no asfalto 
o que pro céu talvez seja guarida
para mim talvez um cadafalso 
e as coisas que eu via no cinema
me acenam suas cores da montanha
enquanto rezas recitadas em novenas
me envolvem em suas teias de aranha 
o que pro céu resolve um teorema
para mim as chaves são estranhas 
A origem do universo me fascina
E arte, criação que me alimenta
A beleza que atrai minha retina
Não se explica, se entende nem comenta 
o que pro céu talvez seja uma sina
Para mim talvez o que se inventa 
E assim eu sou feito de metade
Parte céu que me olha do infinito
Parte “chão” que sou eu, humanidade
Coração entre o mal e o bendito 
O que pro céu talvez seja vaidade
Para mim talvez o mais bonito

Alessandro Jucá

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