Uma busca desenfreada rumo a lugar algum. Assim começa o
inicio do fim. Na esperança do dia finar assassinando qualquer luz. Pulando
escuridões como quem salta carniças.
Pressa... pressa e os minutos a escorrer, pingando sangue do
nariz; olhos secos. Nada dói tanto quanto o tédio. Os urros do silêncio das
pastosas horas diante da caixa de vozes estéreis e imagens nulas a sugar o sumo
do cérebro, fazendo brotar, verdes sinistros apodrecimentos na lente entorpecida
da memória. Acorrentado à gravidade da cama, serena sepultura que chama para o
sono sem sonhos, um cálice de morte sabor de miséria e derrota.
"Sirenes soam lá fora!"
"É só a polícia."
"Tiros!"
"É só mais um assassinato".
Nada tem valor para ser guardado para quem não é
ninguém. Pelo menos os vermes e as baratas discordam. Presume-se. Um prato
saboroso na sepultura, madeira podre sem ser de lei. Também, nunca obedecera a
norma nenhuma, a nenhuma ética.Só a etílica.Bom, não precisou de formol.
(Está exposto no Museu Schadenfreudeutsch de Arte
Moderna, plastificado por algum artista pós-moderno da pós-arte ou pós-qualquer
coisa. O rosto e as entranhas. A propósito o ingresso custa 30 Euros, serve uma
romena )
Wilson Roberto Nogueira
Nenhum comentário:
Postar um comentário