segunda-feira, 3 de março de 2014



Uma busca desenfreada rumo a lugar algum. Assim começa o inicio do fim. Na esperança do dia finar assassinando qualquer luz. Pulando escuridões como quem salta carniças.

Pressa... pressa e os minutos a escorrer, pingando sangue do nariz; olhos secos. Nada dói tanto quanto o tédio. Os urros do silêncio das pastosas horas diante da caixa de vozes estéreis e imagens nulas a sugar o sumo do cérebro, fazendo brotar, verdes sinistros apodrecimentos na lente entorpecida da memória. Acorrentado à gravidade da cama, serena sepultura que chama para o sono sem sonhos, um cálice de morte sabor de miséria e derrota.

"Sirenes soam lá fora!"

"É só a polícia."

"Tiros!"

"É só mais um assassinato".

Nada tem valor para ser guardado para quem não é ninguém. Pelo menos os vermes e as baratas discordam. Presume-se. Um prato saboroso na sepultura, madeira podre sem ser de lei. Também, nunca obedecera a norma nenhuma, a nenhuma ética.Só a etílica.Bom, não precisou de formol.

(Está exposto no Museu Schadenfreudeutsch de Arte Moderna, plastificado por algum artista pós-moderno da pós-arte ou pós-qualquer coisa. O rosto e as entranhas. A propósito o ingresso custa 30 Euros, serve uma romena )

Wilson Roberto Nogueira



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