terça-feira, 8 de outubro de 2013

Quem é esse mano que usa roupas tão largas
Com a pele parda
e o sorriso amarelo?

Cara estranho
com o cabelo trançado
deve ser mais um nóia
mais um viciado

Mais quem o conhece
sabe quem ele é
é um cara firmeza
que tem filho e mulher

Faz corre de a pé
pra não gastar o VT
Domingão pega o filho
e sai pra dar um rolê

Não assiste Tv
prefere ler o jornal
acredita no RAP
não na Glock ou na FAL
 
Pra policia ele é
suspeito de tudo
só não sabem os canas
que esse preto tem estudo

Esclarece seu povo
E fala a real
Por isso corre perigo
já decretou o seu final

Foi depois das 10 horas
Que chegaram os carros
Dentro dele estavam
O sargento e três soldados

Esse cara é um problema,
conhece os seus direitos
Disse isso o sargento
antes de acertar
um tiro em seu peito

No outro dia o noticiário,
O acusarão trafico
de ser um salafrário

A verdade mesmo
Nunca foi divulgada
Esse homem morreu
por amor a sua quebrada.


Matheus Dumsch Dutra

Um comentário:

Anderson Carlos Maciel disse...

Fusão dos elementos interessante. A rima e esses elementos significados estabelecem poderes paralelos de semânticas do vazio da existência causado pela incapacidade literária de educá-los para o exercício da opinião gentil, reggada, servida da norma culta em que mergulhamos ou viajamos para outros universos nos escondendo, covardes e pseudo-engajados em nossas sociologias excusas de sentido científico justamente pela impossibilidade estilística da educação das crianças. A moral da distribuição desse produto das artes se faria de maneira igualitária no mesmo sentido do impulso irracional de ser livre, lutar pelos seus direitos ao microfone e à palavra e trazer à tona todos esses crimes que cometemos e escondemos, contra a liberdade democrática daqueles que são apenas usuários desses artifícios da comunicação e não manipuladores de massas acríticas da ágora, cegas à violência contra as nossas inteligências já internacionais.