sábado, 24 de novembro de 2012


Pérolas aos Procos

Por que tentais, pois, "alargar" a mente? Requintai-a. 
                                                       Herman Melville

Intelectuais &
artistas
trafegando
entre a
Paula Gomes
& Trajano
qual reunidos
à tripulação
do Pequod,
ávidos ao caçar
leviatãs rosáceos,
lançam
roll mops
na garganta
dos que
desafiam
a histriônica
estética
da Augusti 
Follia
babilônica.

Enquanto eu,
que não posso
agregar-me
o rótulo,
nem de
intelectual,
nem de
artista,
há quarenta
anos
remoendo o
talásso
dos
paralelepípedos
com minha
perna
de marfim
e meu
cachimbo,
estou farto
de tentar
encontrar
Maria
Rosa
entre
Helenas
traiçoeiras.

Quem se
importará com
hecatombes
realizadas em
honra
ao deus
vampiro
do Anhangava,
se a arroba da
carne
frouxa
despenca
com a
variação
do dólar?

Ricardo Pozzo

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Foz. Foto © by Maria Teresa de Arruda

quinta-feira, 15 de novembro de 2012


calhar - como


como jefe um falso amigo, como cocinero nos trens da bessie: um buraco, amore, é tudo que resta. amor aqui se entiende por donut, también conocido por: tu no debes partir. o yo me dano. o así sigue. a canção, entre estômagos, tripas. manos granadas nem pintaram por aqui. os homens se chamavam grão e señor, como sabían abrir una ostra. sobre sus otras artes galleteras mejor calhar, o zumbir com a boca toda a su cara da.

When I eat his donut, all I leave is a hole.
Bessie Smith


Uljana Wolf/  tradução Guilherme Gontijo Flores 



clam - chef

als boss ein falscher freund, als kitchen man in bessies tross: ein loch, love, ist alles, was blieb. liebe hier gemeint als donut, also known as: du not go. or i'll go nuts. or so it goes. die lieder, durch mägen, küchen. klamme hände kamen darin nicht vor. die männer hießen sam, and lord, how they could open clam. von ihren anderen kooky künsten wollen wir lieber schweigen, oder summen, mit zuckrig vollem mund.


Uljana Wolf

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sabará




Quem disse que não somos descendentes diretos dos esquizocarpos com as esquizofíceas?

Evolução pressupõe desenvolvimento progressivo, seja de idéias ou fatos; movimentos regulares e harmônicos; processo ou transformação para algo mais complexo. E ninguém duvida que realmente estamos cada dia mais complexos.
Nossos cinco sentidos, sentidos, alimentam-se cada vez mais de complexas energias eletromagnéticas e baterias devidamente saborosas e atrativamente coloridas, e conservadas com corantes e aditivos. Tudo interconectados num macro-micro-universo tão infinito quanto finito.
Duvido de exames periódicos, mas creio na doença una, divisível e onipresente na saúde.
Reflito, durante os flashes de minhas memórias holográficas, em qual dimensão me encontro e quão quânticamente relativa sou.


Deisi Perin

terça-feira, 13 de novembro de 2012


aos cães de kreisau


ai pequenas matilhas de cães de vila: falsos
rabos patas parcas focinhos sobre a cerca

a rua é sua junto ao pó na orla do asfalto
é sua a noite que ecoa no vale adormecido

cada eco é seu: a repercussão contorcida
do som dos montes do rosnar hierárquico

das ondas ladrantes: primeiro hercúleo então gigan
tesco no ressoar quase só uma galinha sabe:

aqui quem não brada nem baba é tomado
pelo bando em gargantas em chama perde o lugar

feito lobo etc. vocês medem o mundo na baixada
dominam cada estrada cada estranho e a mim –

é sua a minha trilha o meu passo sem compasso
a minha panturrilha
enfim fora da vila


Uljana Wolf/ tradução Guilherme Gontijo Flores


an die kreisauer hunde

o der dorfhunde klein gescheckte schar: schummel
schwänze stummelbeine zähe schnauzen am zaun

euch gehört die straße der staub am asphalt saum
euch die widerhallende nacht im schlafenden tal

jedes echo gehört euch: der zuckende rückstoß
von klang an den hügeln hierarchisches knurren

und bellen in wellen: heraklisch erst dann hünen
haft im abklang fast nur ein hühnchen das weiß:

wer hier nicht laut und geifer gibt den greift sich
die meute in lauffeuer kehlen verliert sich der ort

so mordio etc. vermesst ihr die welt in der senke
beherrscht jeden weg jeden fremden und mich –

euch gehört meine fährte mein tapferes stapfen
euch meine waden
dorfauswärts zuletzt


Uljana Wolf

quinta-feira, 8 de novembro de 2012



Vamos vender a nossa alma?
Se tomaram-na sempre de todos
de nosso povo com suas mortes arbitrárias
por motivos vãos e persistentes.
Vamos vender as nossas almas
é um gesto ameaçador para aqueles resistentes
que são sempre ameaçados, por se juntar com os seus
Vale seguramente manter as posições da alma
pois os vivos não se foram mais vivem sem suas almas
e sem suas identidades negadas.

 Kin Con Chan

terça-feira, 6 de novembro de 2012

oil




 A  filosofia dá intestinos à escrita ou em desatinos
desossam na cripta a palavra precisa?
 Embaçada janela da alma onde  
encontro o tropeço na pedra do erro
jogada a esmo  na palavra viva que sangra .
 O olhar que seco não dança mais.
sem pernas, sem asas nos pés da palavra
 voam correntes. Dentes devoram
os intestinos dos sonhos nas nuvens de sangue
brotam punhais
folhas de entardeceres sobre o arame farpado
dorme a esperança.

Wilson Roberto Nogueira

sábado, 3 de novembro de 2012

Baleia ou Canis et Circenses.


(z)et - (z)oo - (z)u


señor, que estuvímos no zoo, porém estava cerrado. entreter nossos dentes ao ar livre. estudar o longo vocalize para dublar as zebras, porque todo en si mismo es distinto. assim é uma vez, vez outra é zoo. finalmente, cerca a la cerca, descobrimos desesperados lagartos por nós chamados ginger y fred. aparentemente, disse você, por eles o todo no nombrado. para ter saudades de casa, eso suficiente fué.

Uljana Wolf/ tradução Ricardo Pozzo e Gunnar Thiessen; revisão Aída Arrue

mister, we’ve been to the zoo, but it was closed. wir wollten die entblößung unserer zähne trainieren, studieren das stimmhafte sehnen zum beispiel der zebras, weil alles zueinander anders sagt, mal so und mal zoo. zuletzt entdeckten wir, verzagt am zaun, ein echsenset. wir nannten sie ginger und fred. it seems, you said, they never called the whole thing off. das gab uns reichlich stoff für den heimweg.

Uljana Wolf

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Contestado é Agora! Ocupação Nova Primavera CIC / Sabará


Quanto tempo esteve muda


e cega
atrás do véu, da mordaça,
sem poder sequer sorrir em sua vastidão de céu!
Até que rasgaram o seu luto,
e escapou essa luz
que voava e voava...

Luiz Alberto Crespo/ tradução Guilherme Gontijo Flores



¡Cuánto tiempo estuvo muda

y ciega,
tras el velo, la mordaza,
sin poder siquiera holgarse en su vastedad de cielo!
Hasta que rasgaron su enlutaimento
y se escapó esa luz
que volaba y volaba...

Luiz Alberto Crespo