Dói de uma vez, dor, e consome logo
Tua parte de minhas energias.
Tu és tão sem sossego quanto o fogo
Enquanto a madeira não o sacia.
Já incineraste todo o veneno
E carbonizaste inteira a ferida.
Por que ainda queimas o carbono?
Por que não me deixas em pó e cinza?
Enquanto teu calor me estertora
A resposta alvorece devagar
É que no mundo tudo se transforma
E as cinzas também podem transmudar.
Se nada após o fogo é como antes,
Este carvão serão meus diamantes.
Felipe Spack
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