Óh! Belas nascem as letras num coração de poeta;
Do Dédalo íntimo, capazes de algazarras em longínquas plagas...
Artilharia rutilante, poderosa
Espada da paz, do amor e da morte
Que sobrou a cristo e esfomeou Napoleão,
Que vencerá o mundo, e uma só lágrima derramar.
E ela será tua amor, será de plasma
E se não a pungir, explicação,
Perdeste o sonho, Afrodite.
A cegueira que te cobre a alma
é rainha terna e’teu coração;
Perdeste a voz que um dia ouvi;
Embalaram-me o sono, canto de pardais, e
Nem tuas veias agora sentem, e
Nem teus cabelos voam mais;
Vôo que ao condor ofendeu, impudica,
A Inveja, feroz, e hoje tão fugaz que
Nem memória guarda o rei dos ares;
Tão efêmero e tétrico é teu vôo,
O garçar de tuas ondas agora se mostram
Eternamente lânguidas ao mar de razões espumantes;
E a espada cavaleira de D’Quixote
Renasce intensa pr’um Artur fulgurante,
O gume de outrora a exaltar-te ulula
Em ataques contra o peito senhorita, musa;
Mas decrépita como se afigura,
Uma linda esmeralda se assim reduz,
Oferecido à riqueza e é rejeitado,
Uma vênus pútrida, tesouro precito
Vejo um lago cristalino que cintila pus;
Não...não estas morta, é o sangue
Da vida que escolhestes maldita;
outro gume no peito arde querendo sair,
o bobo apaixonado a defender a dama,
não vê que assim preferes, pobre tolo
tenta embalde sarar aquele cosmo podre;
Inflama a chama vital que te sustenta e rir...
E aposto, então, permanece ali, sinto
Um ruflar potente dentro em mim...
É o adubo dos desejos, das flores,
Hoje, árvores pra ti,
Veio oferecer a vida pra te fazer sentir
Que existe um amor puro e nômade aqui..
Debalde a lutar!
Olhos rubios atiram chamas de felicidade nocivas;
O amor amigo agora é traidor;
Entrega a espada, as flores e o corpo...
E minha mente fugindo do seu ser vazio, vejo...
Como foge o sol do anoitecer sombrio,
Assisto beberes do meu sangue
No meu próprio crânio;
Enquanto em trevas o seu mundo frio,
Vou viver nas nuvens ou n’outro corpo
E como um enxame de abelhas vais,
Já sem comida, produzir fel
Com o coração dos outros pra
Saciar a fome d’um corpo morto.
Leandro Santos