domingo, 23 de janeiro de 2011

As ondas do mar tramam
uma rede que nada pesca.

Tecem e
         destecem,
Retecem,
        tecem
a efêmera renda
que de alvura
tudo cobre
e nada segura.

Toda sobre,
por invisível mão
lançada.

Língua de rendada água,
que lambe o sal e não se salga.
Ou de Sísifo uma lembrança
a agarrar o que pra sempre lhe escapa?

Tessitura incessante, insone
que se faz e refaz,
toda uma, a mesma
sempre e nunca.
Envolve e não retem:
o mar.

Luciana Cañete

3 comentários:

  1. lindo poema!

    maneira de se falar com ternura sobre tudo aquilo que não se pode reter!

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  2. belo poema que poderia ter descartado a última estrofe, já que nao traz nada de novo, e explica o que com metáforas se disse melhor. mais dispensável ainda é a palavra mar no fim.

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