quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MIOPIA SOCIAL

Anoitece
e o último quadro pardo,
um homem comum
maquiado de escravo,
gravado...
na impressão de quem esquece.


Do singular que caminha,
do transeunte...
o que cambaleia nos rumos dos sapatos
e borda a rua
às vezes sem destino...


Ri dum cansado
como quem suspira.
Trágico ensaio,
como quem suporta
a morte eterna batendo à sua porta.


Altair de Oliveira
– In: Curtaversagem ou Vice-Versos.

3 comentários:

  1. Bacana.

    Mas e se escrevêssemos pros homens comuns, ao invés de falar com os mesmos sensíveis transeuntes de sempre?

    Essa miopia me soa lugar-comum na poesia. Mas talvez porque seja um lugar-comum na sociedade (e que continua sensibilizando nossos olhos transeuntes).

    Abraço!

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