quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
"Não sei se me explico bem. Eu nada pedi...nem a você nem a ninguém, não fui eu quem caí...
Parte de tua armadura brilhante de cavaleiro.
Não esperes de mim aquele grito derradeiro,
Não esperes que no gelo da tua boca eu me afunde.
Pois já que ignoras o calor que brota do meu peito,
Certamente, não sou eu quem o conforto irá te dar.
Mas preste atenção no aviso que te ofereço:
Não há calor do mundo inteiro capaz de te esquentar!
Visto que, tu és cego, surdo, mudo, recolhido e,
Atrás do teu escudo, nada pode te atingir mais.
Se queres me cortar com tal inverno infinito,
Não esperes que eu caia na loucura e perca a paz.
Nubia de Oliveira (Morgan Le Fay)
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Para quem se Afoga
por buscarem no profundo,
nas águas puras das fontes,
os puros teores escaldados
no verídico mais imundo
- que se fodam aos montes!
Lanóia
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Os Inconfidentes
Houve o primeiro movimento para libertar o país de Portugal
Foi no ciclo do ouro e aconteceu em terras mineiras
A conspiração de notáveis, que não aceitavam a roubalheira.
Toda riqueza que aqui se produzia, embora ia
Quando mais ouro se extraia, mais Portugal queria
Esta pressão fez com que difundisse o sonho de liberdade
Pois o Brasil não aceitava tamanha tirania e crueldade.
Dentre os inconfidentes um líder se destacava
O alferes Francisco José da Silva Xavier
Que pelo apelido Tiradentes todos o chamava.
Infelizmente, no movimento havia um traidor
Que aquele sonho de liberdade fez se dissipar
Porem surgiu heróis que tanto nos faz orgulhar.
ATAIDE LEMOS
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
o mundo não tem fronteira,
onde toda nacionalidade festeira
só enterra brasileira
saindo da casa de câmbio.
Pagarei boa puta
que parta e suporte
de qualquer tamanho mastro,
com ou sem bandeira
e serei passista ou pacifista,
porque tudo vira nada!
vira ouro
e tudo turista adora,
beija quem for,
com ou sem nome,
tudo se fode,
tudo se come,
Sempre barraco alaga
Sempre terra treme
tão sempre firme.
Vou ser pacifista no Rio de Janeiro,
"pacifista" de Escola de Samba.
Carlos Sousa.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
passionata
a imperfeição, para o silêncio
entojado de som e fúria
e gentilezas.
o amor foi feito para errar,
dar com os burros n´água,
perder a paz
e odiar de um ódio patético
e gago.
o amor é assim: uma bomba
de delicadeza e desejo
que arrebenta nossas manias,
nossas veias mais grossas,
nossos relógios e bibelôs,
nossas fotografias antigas,
estudos, trabalho,
o passatempo mesquinho,
a conversa fiada e o futebol
(na hora do gol,
você pensa nela e olha além,
através do alambrado, buscando
a improbabilidade
do jasmim).
as vacas, em sua mansuetude,
não amam.
mas os homens...
“um grave acontecimento
na vida de um sujeito ordinário
naquela tarde como qualquer outra.”
o amor nos emburrece,
nos embrutece (cavalos doentes,
anjos idiotas),
como se não tivéssemos nunca
amado
e desamado, amado
e desamado.
o amor remoça
e envelhece dramaticamente.
a mulher pode dormir virgem
e acordar na menopausa.
o homem pode acordar
analfabeto e se deitar um poeta,
esbofeteado por asas.
no meio do sono,
eqüidistância perfeita
entre sonho e realidade,
o homem, a mulher
trazem abaixo
com uma serra de sândalo
a árvore genealógica.
e há quem defeque estrelas,
estupidificado de infinito.
e há quem não consiga,
um trapezista interior,
levantar o garfo até a boca
ou amarrar os cadarços.
quase tudo o que se viveu,
todas as lições e sobrevirtudes
esfarrapadas, como se amadurecer
fosse a antevéspera do podre
e da semente.
o amor não se cura.
fica incubado
esperando a primavera,
a próxima (sempre prima)
MENTIRA
ah como eu minto
pra você pra mim, meu amor!
o amor
o amor,
a desaprendizagem.
o amor
sem o qual a vida
seria uma verdade (como a morte).
Rodrigo Madeira
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
#3
de uma manhã.
o sol aniquilando a lua
como quem mastiga
uma hóstia
de boca aberta.
quero assim
a poesia: nascida à noite
e que vá, como animal
que se abate,
amanhecendo.
ou de chofre
(tiro bem no olho
de um corvo),
sem preparação (mas surpresa),
como uma catástrofe
que não deixará nunca mais
que as coisas
sejam as mesmas.
Rodrigo Madeira
Primavera
Primavera de beleza e paixão.
No ar há o frescor dos odores.
No corpo bate alegre o coração.
Primavera do canto e das flores.
Primavera é pura emoção.
Animam-se até os mais tímidos cantores
e empunham docemente o seu violão.
Trago na face os olhos molhados.
Rolam as lágrimas numéricas.
Enternecendo meus namorados.
Eles perguntam com muito tato e métrica
porquê a primavera me causa tantos desabafos
e eu respondo: nada, ao polén sou alérgica.
Deisi Perin
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Globalizado
uma pulseira made in China
apelando para a paz
no Oriente Médio.
Num bar em Curitiba perguntaram,
ao vê-la no meu pulso:
-Cê simpatiza cas FARC ?
Carlos Souza
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Paz, não sossego, é preciso
livrar o mundo dos pacifistas.
Pois, os bem-intencionados imbecis
que pregam a paz como dizem,
conseguem a façanha;
com suas bandeiras e manifestações
lança-mísseis, criar ódio puro.
Caso cáustico, digo "crássico":
Hezbollah dispara mísseis contra israel
que reage com caças e invasão terrestre
e lá estão os malditos queimando a bandeira de israel
lá estão os malditos explorando o choro das crianças
lá estão os malditos vendendo fotos de cadáveres imberbes.
Carlos Souza
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Querido Amigo Olinto Perdido no Tempo
Ahhh, Mais uma coisa, o tempo não passa. Nós passamos!
Deisi Perin
Coerência das Incoerências II
A proximidade do final de ano, me fez repensar um monte de coisas. Não daquelas coisas que os comuns pensam, 'O Que Mudar No Ano Novo'; promessas mais comprometedoras, 'Ano Novo, Vida Nova'; como se isso fosse possível, e outras ainda tão mais absurdas, que me reservo o direto de nem perder tempo com elas.
Minha consciência, me apresentava situações esdrúxulas de comportamento humano durante toda a história da humanidade. E flagrado na conduta, mas flagrando as estapafúrdias condições vivenciadas nos meus 63 anos, afundei meus pensamentos nas incoerências.
Em dois dias, será na complexidade do tempo, algo que foi nominado como 'Ano Novo'. Cabem aqui, no entanto, algumas perguntas:
- Mas que raio de ano novo é esse?
- Alguém pode me dizer quando foi que o tempo começou?
- E se começou, quem estava lá, atemporal para registrar o começo?
Poderia formular um sem número de outras questões, dentro do tema, contudo, como quero me estender, fico por enquanto com essas.
Avaliando o tal do tempo passado, isso contado em anos, cheguei as seguintes conclusões, e quem quiser que me siga, ou grite, 'Pára O Carrossel Das Ilusões, Porque Eu Quero Descer'.
2008. Será?
Vivemos uma contagem de tempo, a partir de um 'Calendário' chamado 'Gregoriano', criado no ano de 1582, pelo papa Gregório XIII, que como não podia deixar de ser, era um papa católico - (Há, há, há) – e passava a ter para completar um ano, 12 meses, incluindo dois meses ao calendário original.
Contudo, se esse calendário foi criado naquele ano, e era 1582, esse tempo foi contando a partir de qual calendário original?
- Fácil essa resposta:
- Vigia até então, o 'Calendário Juliano', criado pelo 'Imperador Romano Julius Cesare", 46 anos antes do nascimento de Jesus. Tal calendário marcava a duração de 'Um Ano' com apenas 10 meses, tanto que, 'Dez-embro' quer dizer, etimologicamente, '10º Do Ano', e atualmente, tem o número 12; como 'Nov-Embro' o 9º, tem o número 11, e assim por diante em ordem regressiva até 'Set-Embro', o 7º, que tem o número 9; tudo isso, numa época contada ainda por outro calendário.
Ora sendo o 'Calendário Juliano', o ponto de partida, o atual mês de Dezembro, não é dezembro, novembro não é novembro etc., e..., tal.
Só nessa resposta já foram relatados, 3 calendários e para não me estender muito deixei de citar o calendário anterior ao 'Calendário Romano', porque senão precisaria me ater ao início da contagem do tempo com a criação dos primeiros relógios, e ao invés de uma crônica, só esse tema, 'Os Primeiros Marcadores Do Tempo' se transformaria num livro.
Entretanto, vejamos como estamos atualmente em termos de tempo.
Partindo de 1582, temos decorrido até o atual 2008, 426 anos. Afinal, estamos em 2008, passando para 2009 ou estamos no ano 426 passando para 427?
Escolha você, amigo(a) leitor(a) em que ano quer estar.
Noutra questão surge a dúvida. Se o ano de 1582, era contado partindo do calendário anterior, que datava de 46 A. C., em que ano estamos, levando em consideração que aquele calendário continha apenas 10 meses?
- Essa resposta também é fácil, um pouco complicada para entendimento, mas, fácil de calcular:
- De 1582 até 2008 transcorreram-se como já visto, 426 anos, porém, se o calendário de então que tinha 10 meses fosse o correto, para empatar com o atual de 12 meses; a cada 6 anos precisamos debitar mais um, e creditar ao resultado encontrado, pois, a diferença era de 2 meses por ano. Assim, os 426 anos, passam a ser..., 497 anos. Logo, ao invés de 2008, estaríamos no ano de 2079.
Contudo, se o calendário certo for o atual, a conta é diferente. Deve-se tomar o ano de partida, 46 A. C., verificar quantos períodos de 12 meses, se incluem nos transcorridos anos e dividi-lo pelo prazo de 12 meses para achar a data real (?) atual. Encontraremos dessa maneira o total de 316 períodos de 5 anos para acrescentar 2 meses a cada um sendo que sobram em complementação, 2 anos em decorrência. Esses períodos geram um total de 632 meses de diferença a serem acrescentados, e isso dá 52 anos a mais, sobrando à complementação, 8 meses em decorrência. Logicamente, estaríamos no ano de 1958, mais ou menos em agosto. Será ?
Escolha você, amigo(a) leitor(a) em que ano quer estar.
Por outro lado, voltemos nossa atenção para a simples passagem de ano, que se dará na próxima quarta-feira, dia 31 de dezembro.
Seria bem lógico, se o dia seguinte, (1º de janeiro), fosse Domingo. Toda semana começa num domingo e termina num sábado. Claro que sendo primeiro dia do ano deveria começar com o primeiro dia da semana, afinal, o ano é medido em períodos de sete dias e tem o total de 52 semanas, deixando de constar um dia, que seria o último, ou o primeiro do ano. E qual seria esse dia?
Entretanto, segue cronologia que seria lógica, de quarta passa para quinta-feira, que embora sendo a primeira semana do ano, não começa no domingo.
Se Dezembro não é dezembro, assim, janeiro também não é janeiro, nada demais que o primeiro dia também não seja domingo.
Se o ano não começa em janeiro; se não termina em dezembro; se a última semana do ano, não acaba num sábado; se a primeira semana do ano não começa no domingo, em que raio de tempo referencial..., vivemos?
É. Quando dizem que vamos passar de ano, as pessoas comuns começam a imaginar coisas, justamente aquelas coisas comuns..., 'O Que Mudar No Ano Novo'; e ainda, promessas mais comprometedoras, 'Ano Novo, Vida Nova'; como se isso fosse possível...,
Vamos passar para onde?
Quando?
Em que tempo?
Quem souber a resposta que me a dê.
Eu me declaro perdido no tempo, como um ponteiro de segundos que se soltou e caiu junto ao vidro do mostrador dum relógio. Os grandes apontadores, presos ao eixo que imaginariamente os mantém concêntrico, seguem marcando os tempos maiores, minutos e horas, mas aquele que os informa das frações passadas, está inerte. Permanece na base, solto, junto à transparência do vidro, mas, é como se revoltado..., se tivesse soltado e apreciasse o absurdo espetáculo do universo minimalizado..., das incontáveis voltas e mais voltas dadas pelos outros ponteiros, sem saírem do lugar.
E ainda dizem ..., que o tempo passa.
Olinto Simões
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
1) Hermes, avós e avôs são seres poéticos, assim, como a infância. Mesmo os mais bravos ou implicantes, nos soltam uma palavra que ninguém diz, ou melhor, alguma história ou maneira particular de compreender a vida. Quero saber do neto Hermes nesta relação e neste universo.
R)- Meu avô paterno, o Sr Segismundo, conhecido como "Seo" Mundinho, era um homem austero, trabalhador. Quando jovem construía casas a partir de livros italianos de construção civil que meu bisavô trouxera na bagagem ao fugir para o Brasil com a II Grande Guerra estourando na Europa. Família simples, trabalhadora e amedrontada. Minha avó era a cunhada, babá das duas primeiras filhas dele, foi sua segunda esposa após o falecimento da irmã. Chamava-se Carolina, a vó Lola, como carinhosamente a chamávamos. Meu avô cosntruiu muitas casas, mas ele envelheceu e os engenheiros de formação começaram a conquistar o mercado, "Seo" Mundinho precisou mudar o ramo de atividade e passou a vender osso e ferro para as fábricas de pentes e de grampos, além de vender verduras. Ele tinha a maior e melhor horta da cidade. Meus tios e meu pai venderam verduras na cidade. E eu, aos nove, dez anos, catei ferro e ossos para ganhar uns trocados. Ele construiu um bom patrimônio. Das visitas à casa dos avós paternos, recordo das broinhas de polvilho, das rapaduras, das bolachinhas de leite e mel e do cabelo barnco da vó Lola preso em bandó e de sua voz macia. Lembro da cama de ferro enorme em seu quarto e do mosquiteiro usado para deter os mosquitos. Já de meus avós maternos, lembro pouco. Vô Celeste era ferroviário. Sempre sorridente, nos recebia com muito carinho, mas com a sensação de que já ia partir para a estrada de ferro. E a vó Almerinda tinha um buço tão destacado que eu receava me aproximar. Mas lembro de que ela gostava de flores. E cultivava uvas e cáquis no fundo do pátio. Os de chocolate preto eram meus preferidos. Mas havia um controle enorme de quantos e quando podíamos comê-los. Na casa de meus avós maternos havia muitas coisinhas penduradas nas paredes. Uma delas era uns sapatinhos de louça, de onde pendiam delicadas florezinhas que quase chegavam ao chão, tamanho o cuidado vó Almerinda tinha em tratá-las. O dia em que fui mais feliz, foi quando ganhei de minha avó paterna, a Lola, uma cama de ferro. Eu pulava, pulava, pulava nela, porque a mola era muito resistente. E o colchão era de palha. E o melhor, tinha meu próprio mosquiteiro para afastar os mosquitos. Na hora de dormir eu pensava que estava num castelo, bem protegido de todos os males que nos rondavam.
2) Nas iniciativas que envolvem leitura, contação de histórias, e mesmo nos seus livros publicados, há muita costura, fio, agulha, pano para manga, heim? Texto e tecido são palavras irmãs, sabemos.
Mas, me diga, de onde vem este fascínio de juntar pano com pano e costurar tantos tecidos?
R)- Não sei, Gloria. Juro que não sei, mas suponho que tenha a ver com o fato de minha avó materna fazer todas as roupas da família. Aliás, minha mãe herdou sua máquina de costura. Uma bem antiga. Depois, acho que inventaram de tirar a máquina e colocar um tampo de vidro sobre os pés de ferro para depositar o telefone. Na época, isso era chique. O enxoval da minha mãe foi todinho bordado a mão pela vó Almerinda. Tudo muito lindo, com bordados nas fronhas, nos lençóis. E minha mãe não se desfaz de algumas peças até hoje. Mais tarde minha mãe teve uma máquina de tricô. Minha mãe nunca aprendeu a usá-la direito. Meu pai era um homem impaciente e achava que aquilo tinha que dar lucro, afinal, fora um enorme investimento, mas eu li bem o manual e aprendi a fazer meias, toucas, luvas de lã e até blusões. Isso aos 14 anos. E, pensando agora, acho que tem a ver também com o tal mosquiteiro, cheio de tramas, por onde vazavam meus sonhos e com os fios de cabelos brancos da vó Lola, tão clara, tão linda.
3) Enumere algumas surpresas, perguntas curiosas, comentários, que seus livros provocaram nos leitores.
R)- Com referência ao livro Planeta Caiqueria, da Editora Projeto, na Bahia uma menina de nove anos, de minisaia colorida, bustiê justinho, levantou-se, pôs as mãos na cintura e me perguntou com quem a Criatura (personagem da história) transava. Imagine, com nove anos perguntando isso! Fiquei desconcertado. Engoli em seco. Como se diz no teatro, deu um branco. Fiquei a contemplá-la, perplexo. Ela, ainda com as mãos na cintura, insistindo, quase me afrontando. Então, disse-lhe que eu não sabia, pois não havia ficado muito tempo no planeta, mas supunha que a Criatura não pensava em sexo ainda, pois ainda era muito pequena para pensar nessas coisas e acho que ela, a Criatura, preferia brincar. Já com o livro Casa Botão, a primeira vez que fui falar com leitores sobre o livro, foi para uma turma de EJA. Foi numa comunidade conhecida por ser um lugar bem perigoso aqui em Porto Alegre. É uma das escolas integrantes do Programa de Leitura Adote um Escritor, da CRL e da SMED. Confesso que eu estava apreenssivo, pois nenhum taxista queria entrar na Vila Bom Jesus, pois o encontro seria à noite. Há muitos conflitos entre duas gangues que disputam o poder na vila. Mas, enfim, consegui um taxista com o auxílio da Sônia, da Câmara do Livro, e fui. Foi emocionante. Fui acolhido que o temor passou de lado e fiquei quase três horas conversando com eles. Nesse encontro ecebi de presente um pano de prato confeccionado pela Dona Ilsa, uma senhora de seus cinquenta e poucos anos que trabalha durante o dia e estuda à noite. Era o primeiro resultado concreto feito com o livro Casa Botão, da Editora DCL e agora ele está emoldurado e pendurado na parede de casa.Mas eu teria milhões de histórias para contar de cada ida a algum lugar. Mas não posso me estender muito, né?
4) Quando você recebe convites de escolas, como autor, você aceita? Coloca algumas condições? Normalmente as escolas o convidam com uma leitura prévia dos seus livros? Como você administra a situação em caso contrário?
R)- Hermes, só de pensar na infância, e no Peru, as palavras em espanhol acodem. E elas chegam com jeito de cantiga de roda e cantiga de ninar. Então, meus autores da infância foram, inicialmente, da oralidade poética universal. Depois chegaram as coleções de contos de fadas que ganhei num Natal: Hans Christian Andersen, irmãos Grimm, Perrault. Lembro que chorei muito com a leitura do livro "Coração" de Edmundo de Amicis. E mais tarde devorei as novelas exemplares de Miguel de Cervantes, como "el licenciado vidriera" e "la gitanilla". Ah, o famoso "el lazarillo de Tormes" também foi uma leitura especial na minha infância.Meu primeiro contato com a literatura brasileira aconteceu quando iniciei, numa escola municipal, no interior do Paraná, o trabalho de professora de inglês (claro, eu nem sabia português). Comecei a ler de tudo, fileira por fileira, todos os livros da biblioteca da escola. José de Alencar, Machado de Assis, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos, José Lins do Rego... Depois iniciei o curso de Letras na UFPR. Pensei que iria sofrer muito como estrangeira. Nada disso, eu já tinha lido tudo nessa biblioteca escolar!!!!Gosto muito de Guimarães Rosa na prosa e Manoel de Barros na poesia.
http://aeilijsp.blogspot.com/