terça-feira, 29 de julho de 2008

Último Ato

Fecham-se as cortinas, a platéia se cala.
Sai de cena o poeta junto à prepotência,
E vai sua poesia enroscada na demência.
Entra em cena o doente, a dor propala:

Mesmo que meu corpo ao bolor se curve,
Que o canto esvaia abafado e incorreto
E o rebento perante o amor se turve,
Quero que seja o último ato, o ato certo.

Que eu me mate num gesto de estrelismo.
Mas antes do verme debicar o agre gosto
E a vida finar-se em seu singular mutismo,

Que seja da eternidade o último abraço,
Uma lágrima sincera caia-me sobre o rosto
E meus versos cruzem o tempo-espaço.

Jairo Alt

(convidado de Angela Gomes e Iriene Borges)

Um comentário:

Iriene Borges disse...

Seus versos cruzarão !!!!!!!!!

Parabéns.

Iriene Borges