Sem nem quem ser
Seria são parecer
Livre navega e cega qual
Mar, luar dos doutos:
Hoje sua verve isopor
Artificial bacanal se insinuou
Sina.
Agora aquela semente plena
Refreia o poema como quem
Sem nem amor, nem
Flor
Adere ao jardim etéreo
Próximo ao cemitério
Da noite que brotou.
O sol se põe, sim se põe
E como o dia navega,
Navego, estóico, fluo
Nevo, nego, nervos
Sumo sacerdote do ego
A teoria me contempla o chão
E pela ode a mim encontro o pão
Relembro pontos azimutais
Nos carnavais da luz
Quais seres sem paz
E naus pelas páginas sem sal
Indiferente ser indifere
Entre os iguais felizes finais
Pelas searas bestiais
Da ignorância e do clichê.
Revolvo meu grude hipnótico
Na catarse dos idos aparelhos
Simbióticos e revisito a moral
Inspirada na cratera da habilidade
Literária
E a prática reumática
Do léxico adulador.
A estrelas aprenderam comigo
A bailar em brilhos fugazes
E coloriram o céu noturno
Com sua solidão prepotente
Os olhares artificiais dos holofotes
Não logram lágrimas
Ao saborear a maestria
Da minha pena serena
A narrar os inconscientes
Para estruturar os sonhos
Em realizações consistentes
Dos patamares semoventes
A alavancar o linguajar das gentes
Falar um dia do verdadeiro amor
A única beleza possível.
anderson carlos maciel,