quarta-feira, 30 de setembro de 2009

sábado, 26 de setembro de 2009

Labirinto del Fauno

Horóscopo Pó & Teias

by Oscar Eca

Áries 21 marsso / 20 abriu

Nada deve obstuir uma união. Una-se. Não obstrua. Una-se, mesmo que para isso você deva desobstruir o nariz. Una-se. Reúna-se. Não obstrua ‘-se’.

Touro 21 abriu / 20 maiôs

Faça, e arrependa-se se for necessário. Não se arrependa por não fazer. Una-se.

Gêmeos 21 maiôs / 20 junyo

Agora é importante observar a natureza. Se esfriar, touca e cachecol. Se chover, guarda-chuva. Não separe. Una-se!

Câncer 21 junyo / 21 julyo

Idem ao anterior.

Leão 22 julyo / à gosto

Urre, urre à gosto... e depois limpe-se e una-se.

Virgem 23 à gosto / 22 septembro

Vai ficar pra titia... Olhe lá! Mais do que nunca una-se.

Libra 23 septembro / 22 oi tubro

Signo maravilhoso, o de Best. Com astros em ascendência à estrelas e aos artistas em conexão global.

Escorpião 23 oi tubro / 21 noi vembro

Caranguejo, tudo igual. Não seja agressivo, nem ande para trás. E una-se.

Sagitário 21 noi vembro / 21 10zembro

Largue mão de ser otário! E una-se.

Capricórnio 22 10zembro / 20 januários

Este é o momento de reconhecer verdades profundas. Deixe de ser corno. Desuna-se, depois una-se.

Aquário 21 januários / 18 februacas

Um relacionamento entre você e peixes pode ser duradouro. Ou não... Una-se.

Peixes 19 februacas / 20 marsso

Idem ao anterior.


O céu de anil de hoje, é propício a perda de tempo e amigos, mas pode-se manter um bom humor.

Deisi Perin

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A gota

Desposara a esperança,
e agora viúva,
lembrava o tempo
de infância,
brincando na chuva.

Descalça, com demônios fala.
Sabe que não se dissolve
em água
quem a cotidiana
aridez humana
fez reter tanta mágoa.

Perdera de vez,
sob intransigente rudez,
sua inexprimível doçura.

Ricardo Pozzo

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

três inscrições para uma noite

1.
aramos nossos corpos
hasteamos a carne
naufragamos os ossos
afiamos a pele

jardinamos os pelos
vozeamos as unhas
rasuramos os lábios
semeamos os dentes

desfazemos em tempo
os nós de cada dedo
elastecemos os

tornozelos acróbatas
abrimos as gavetas
dos olhos e cabelos.

2.
quando eu a vejo,
esparramada
na cama, rama
de musgo e líquen,

de perfil – por
trás de seu ombro –,
também por dentro
de suas coxas,

desejo entrar
na eternidade,
mesmo sabendo

que a faz tão bela
exatamente
o fim das coisas.

3.
você paloma
se esbate cega
em minha pele,
luta e lençol.

lhe oferto um cravo
e nada mais.
nós morreremos?
meu endereço

é a minha carne.
mordemos drágeas
dos amanhãs

ou cianureto.
acordo, no(u)
mau hálito de amanhecer

(e foda-se o soneto), com
um soco de perfume.

Rodrigo Madeira

Merceses Sosa

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dez objedísticos pessoais para o próximo ano

Escrever menos & ler menos ainda, falar nunca;
Abrir um negócio, uma casa de espelhos, um espelhunca;
Ao menos tentar discordar de Focault, Nietzsche & Schopenhauer;
Aliviar nas temáticas sem no entanto incorrer no Flower Power;
Ir mais ao teatro, não ir menos ao cinema & reciclar relógios;
Ser menos territorialista, dividindo meu espaço em episódios;
Fumar só depois de comer & comer com mais freqüência;
Parar com as aventuras & tentar suicídios com mais prudência;
Não permitir que a cor me distraia da profundidade em Van Gogh;
Urgente reler Clarice Lispector, reouvir Dylan & rever Herzog;
Ganhar dinheiro, nem que para isso seja necessário trabalhar;
Jogar muito xadrez, adotar um gato preto & não pensar em viajar;
Fotografar mais em P&B para enxergar mais em mais cores;
Afastar-me daqueles que costumam se aproximar de escritores;
Chorar menos, exceção aos Bergmans, que confirmam a regra;
Não me deprimir mais diante de tudo aquilo que normalmente alegra;
Nunca perdoar, nunca capitular mas sempre que possível esquecer;
Beber água & dormir, para dar uma variada ou mesmo sobreviver;
Legar à posteridade pelo menos uma dúzia de nus frontais;
Amar mais através do sexo do que trepar amando demais.

Davi Araújohttp://naofiquesao.blogspot.com/
http://transatraves.blogspot.com.br/

sábado, 19 de setembro de 2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

Para chamar a atenção

Não sei se foi para chamar a atenção
você com uma margarida de plástico
com aquele enorme olho amarelo
chapado com a cabeça caida para
o lado.

Não sei se foi para chamar a atenção
um zippo sem gás, com a pedra gasta
uma triste metáfora de algo que já
não é mais,
tipo uma panela vazia em fogo baixo.

Não sei se foi para chamar a atenção
você esqueceu de roer as unhas
e de contar moedas de cinco centavos
na iminência de dividir a conta
em duas partes exatamente iguais.

Não sei se foi para chamar a atenção
mas você deixou largada na cadeira
a sua bolsa
com uma foto 3 x 4 minha
no fundo falso da carteira.

Alexandre França

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Chocolate

Entre terras de balas
encontra-se um pequeno doce
diferente dos outros
feliz para si
pequeno aos outros
grande aos fracos
exclusões por diferenças
seus ombros açúcar
entre a cana amarelada de cimento
sofre vive
em grandes embalagens
sujas e destruídas
viva-se o amargo
do doce
que não é mais doce
do amargo dos cantos
dos cantos da língua

Abner Paessens

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Guerra Secundária

o hoje
saliva a mesma fome
azul na veia do olho vermelho.

luto de poesia branco,
posto que ela ainda é luz
e arma dura de sombras
além,das pálpebras ao pó.


(bem antes do dia d sair,
a cor do homem partiu. à francesa.)



[inspírado em frase feiticeira curitibenta (lê-se "de Iriene")]


Cel Bentin

de colunas quebradas e galinhas mortas

Detrás do poliedro dos seus espelhos, ela possui
fortalezas, truques, rios com répteis, rampas
e inefáveis labirintos nunca vistos por quem só lê.
Cronwell Jara Jiménez

palavras em marcha
pelos pastos do papel
trotando tristes trotando
em rebanhos de versos
tão divertidos
como a gramática das vacas
balançando suas pesadas tetas sem nata
e vísceras sem
ponta nem pata
: palavrastrastes
parindo
no escuro claro
partindo-se
em moléculas de cloro
no cerúleo amaro promontório azul
: nas costas da palavra
estão as costas da verdade
ilógica, ilícita
paralítica,
[ estridentemedula ]
ela é a pedra oculta
que transforma crânios
em conchas de sangue e
vértebras em arrebol
[ que até o sol para ela se aleija
em quentes quebradas nervuras
em cruz
colinas
colunas
rodando cadeiras-de-roda
rodando
os eternos espasmos da palavra carne
[ muda
como a nossa mão
[ incomunicável
como a nossa mãe
em silêncio porque naufraga
em palavras de mãe
em silêncio porque nada
em palavras
demais
enquanto tece os no-
velos da pele do próprio filho
nas letras que desfia :
t e t r a p l e g i a o que seria?
senha-medo-sanha-medo-sonha
ria
se houvesse cama
se houvesse como
acabar com o silêncio
ou regenerá-lo na quinta cervical
ou degenerá-lo na morfina
e escalar a boca
como quem cala uma montanha,
às vezes vale mais a pena
não ter pena
ou depenar a dor
para depois devorá-la à cabidela
como um saturno de Goya,
um pequi de Goyaz,
uma pequena de paquete num puteiro de Ponta Grossa
[ ou uma galinha choca
espancada chutada prensada no arame
até a morte farpada por um infante imberbe
que não entende de galinhas
que não entende de sintaxes, concordâncias, morte
[ mas que sabe ler a sorte
pelos pêlos das mãos
entre coxas, peitos, asas, comê-las
no óleo quente com alho,
pintinho emplumado
nos braços quentes da família,
esse familiar bulício da bóia posta à mesa
sem luto, sem deus nem enigmas,
sem falar do falo
do galo
que se esfola
entre um e outro milho
como a gente esfolava
esmerilhando reverenciando gozando
priapismos da matéria,
a vida em seus contorcionismos é palavra
a fome em sua catequese acéfala é palavra
o sexo em seus rituais ascéticos é
a mais sublime entre as mais triviais manias humanas
quando de novo se abate sobre o ovo
aquela velha paralisia do espírito
e o sol reflete-se apenas
em distantes solipsismos
já sem mergulhos profundos
já sem crianças nem galinhas
já sem famílias, falácias de falos, calos na mão ou línguas em riste,
só um silêncio murcho que incide
no vazio que vaza
por todos os poros
da palavra.

Marcelo Reis de Mello

http://cozinhapoesia.blogspot.com/

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Informe Cultural

Olá... gente,

segue um link de um blog, onde o poeta Altair Oliveira
começou uma coluna nesta semana...

Vida longa, Altair

http://www.contemporartes-contemporaneos.blogspot.com/

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Campina do Siqueira

Poema XIX

Tribos bestiais versus
conservadores primitivistas
da grande mentira.

Como reproduzir ancestrais
lutando na relva selvagem
do que um dia chamar-se-a
pátria?

Palavras arremessadas
contra uma parede
de ouvidos cativos;
escritas em páginas
impróprias
para o mundo cristão.

Ricardo Pozzo
HOJE
EU ACORDEI
MAL HUMORADO.

TIREI
SARRO
DOS CACHORROS.

LEMBREI
QUE TINHA
PASSADO.

Anderson Carlos Maciel

sábado, 5 de setembro de 2009

QUE LINDO
TIVE MEDO
DE ESCREVER

NOTEI DUAS VEZES
QUE ESTAVA
SOLITÁRIO

NO ARMARIO
JOGUEI
A CHAVE FORA...

Anderson Carlos Maciel

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Esperança

Vida cartilaginosa
Escura
Iluminada
Triste

Feliz
Querida
Vagabunda
Porque desprezar o inevitável ?
O único
Aproveite enquanto é vivo
Porque curta a morte não é
Mas curta mesmo a esperança
esperança do ser
esperança do viver

Abner Paessens
Solar do Barão - Curitiba

Poesia Emaranhada

Escrita em cima de uma teia de aranha...
ideais roxos, verdes ou castanhos...
Vozes, letras e sonhos...
em diferentes mentes, sentidos e dores...
artifício civilizado, para sermos um grupo...
hermético por falta de limites...
infinito por paredes neutras...

Deisi Perin

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Palacete dos Leões

Veredicto

Tua presença não porporciona inspiração
Apenas doce agonia e noites de insônia
estupor de dúvida e certeza errônea
medo expansivo e alma febril em retração

Sequer despertas a verdadeira paixão
Só incitas a voracidade dos sentidos
suscitas desejos antes não consentidos
inventa uns impulsos que calco ao não

Nenhuma instância do meu conhecimento
te acompanha, te elege ou te reverencia
És hausto de vontade que ao passar inebria

E tua constância nas abas do pensamento
não configura oferenda ou alusão à poesia
És comburente nas labaredas da fantasia

Iriene Borges